segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Descobrir Vida Inteligente No Espaço Levaria A Uma Crise Religiosa?

A astrofísica, Mazlan Othman, vai ser designada em breve, embaixadora das Nações Unidas para o Universo e estará encarregue de coordenar a resposta da espécie humana no caso de existir uma tentativa de contacto de extraterrestres.
Este novo cargo surge depois de terem sido descobertos um grande número de planetas que orbitam estrelas, o que volta a abrir a hipótese de que os humanos possam a vir a ser contactados por vida extraterrestre inteligente.(Jornal i)

A pergunta existencial acima formulada teve lugar de destaque num encontro sobre extraterrestres na Royal Society londrina, a academia das ciências britânica. Para responder há pela primeira vez uma sondagem: para leigos e religiosos, os principais credos parecem à partida inabaláveis, embora uns mais que outros.

O estudo foi conduzido por Ted Peters, professor de Teologia Sistemática de Berkeley, na Califórnia. Responderam ao inquérito 1325 pessoas de 11 grupos religiosos, que incluíam, entre outros, católicos, protestantes, budistas e judeus. Participaram ainda 205 ateus. Entre os budistas inquiridos, nenhum acredita que o seu sistema religioso venha a ser abalado, embora 40% vejam a emergência de uma crise nas religiões mundiais. Já os católicos, apesar de o Vaticano reconhecer que pode existir vida fora da Terra, são os que prevêem um maior abalo: 22% acreditam que a confirmação oficial de vida extraterrestre afectaria a sua fé.

Em Novembro do ano passado, foi realizada no Vaticano a "Semana de Estudos sobre Astobiologia", organizada pela Pontifícia Academia das Ciências e pelo Observatório Astronómico Vaticano, conhecido por “Specola Vaticana”. O director deste observatório, o jesuíta José Funes, disse que faz “sentido” procurar formas de vida fora do planeta Terra, “apesar de não existirem provas até ao momento”.

É uma discussão interessante. Sabemos que o progresso da Ciência no campo da investigação está constantemente a trazer novas alterações ou a rectificar o conhecimento - que não é estanque nem nunca poderá vir a ser. Também sabemos que a cada novo conceito, ou a cada nova descoberta outras dúvidas e interrogações irão surgir. Há sempre, e estou certa que assim continuará, perguntas sem respostas cujas justificações são muitas vezes atribuídas ao acaso. E é exactamente no 'acaso' que podemos sempre supor ou acreditar sempre numa energia criadora - Não, descobrir vida inteligente não levará a uma crise religiosa.

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