segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Moral Mais Que Política

De:João Gonçalves
O presidente da Assembleia, mais do que presidir-lhe ou emular uma verdadeira segunda figura do Estado, intervém timoratamente (até onde os chefes de cada uma dessas bancadas permitem) quase sempre para sustentar a maioria circunstancial lá formada em Dezembro de 2015. Sem a menor noção da gravidade do que afirma, o senhor Segunda Figura até insta a oposição a "adaptar-se" às "novas regras democráticas" do Parlamento. Podia ser o venezuelano, por exemplo. Mas não. É mesmo ao de São Bento que alude.

Já o aríete da maioria, e primeiro-ministro, é sempre mais rude e brutal. Nunca esconde o desprezo que nutre pela oposição, seja pelas insinuações torpes que aprecia lançar sobre ela e o passado político recente (aliás, o presente e a Situação alicerçam-se exclusivamente contra esse passado), seja pela produção de "factos" preparados pela "agitprop" para impressionar a sua Esquerda e os mais simplórios de espírito. Conta sempre com a ajuda dos seus parceiros engolidores de sapos vivos, bem como a da generalidade dos órgãos de comunicação social. Alguns destes, se for preciso, recorrem a "notícias" requentadas para as apresentar a título de novidade escabrosa.

No topo deste festim pouco democrático, paira o presidente da República, que circula com idêntica leveza entre o Pátio dos Bichos de Belém e os estúdios de televisão para avalizar este brilhante estado das coisas e das pessoas. (ler artigo completo)

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