domingo, 23 de abril de 2017

Não Coma Sal De Mais ... E Nem De Menos

Quando come alimentos salgados, fica com mais sede e bebe mais água, certo?
Talvez no curto prazo, logo após a refeição, mas num período de 24 horas de facto ficará com menos sede porque o seu corpo começará a conservar e produzir mais água.
Esta descoberta surpreendente, feita por uma equipe de investigadores dos EUA e da Alemanha, está desvendando um saber científico considerado verdadeiro há mais de 100 anos, e pode fornecer novas ideias sobre as epidemias ocidentais de obesidade, diabetes e doenças cardíacas.
Esta nova informação também lança uma luz sobre como nosso corpo responde à ingestão elevada de sal e pode fornecer uma perspectiva totalmente nova para lidar com as doenças metabólicas. Os resultados complementam descobertas anteriores da mesma equipe sobre o armazenamento de sal no corpo humano.

Como o nosso corpo lida com o sal

Até agora, os cientistas afirmavam que a excreção de sal consumido pela dieta levará inevitavelmente à perda de água pela urina e, assim, reduzirá o conteúdo de água no corpo.
Mas não foi isso que constataram. Pelo contrário, eles demonstraram que o princípio biológico da excreção de sal é, na verdade, a conservação da água no corpo.
Além disso, é preciso muita energia para conservar água em face da excreção de sal. Para fazer isto o corpo precisa, obter mais combustível, ou consumir massa muscular.
"Isso nos predispõe a comer em excesso," complementa o professor Jens Titze, da Universidade de Vanderbilt (EUA).
Os médicos alertam há décadas que não se deve comer sal demais porque isso faz mal ao coração.
Mas agora um novo estudo mostrou que tanto sal em excesso, quanto pouco sal, podem elevar os riscos de complicações cardiovasculares, sobretudo em pacientes sabiamente cardíacos ou diabéticos.
Ou seja, não é exactamente o excesso de sal que faz mal à saúde cardiovascular, é o sal na quantidade incorreta.

Consumo ideal de sal

Os pesquisadores da Universidade Nacional da Irlanda demonstraram que a libertação de sal pelo organismo entre 6 e 7 gramas por dia está associada com um aumento no risco de todos os eventos cardiovasculares.
Surpreendentemente, a excreção de menos do que 3 gramas de sal por dia está associada com um aumento no risco de morte por causas cardiovasculares e hospitalização por insuficiência cardíaca congestiva.
Ou seja, o nível saudável de excreção de sal pelo organismo fica entre 4 e 5,99 gramas por dia.
Este é o primeiro estudo a demonstrar essa curva de associação entre a ingestão de sal e as doenças cardiovasculares, e pode explicar grande parte da controvérsia e dos resultados conflituantes que vêm sendo apresentados por diversos estudos recentes na área.

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