quarta-feira, 12 de julho de 2017

Nunca O BE ,O PC E Os Verdes Estiveram Tão Condicionados ...


 ... Na Sua Autonomia E Livre Crítica Como Desde Que Constituíram A  Geringonça.

O inesperado acordo afastou a direita da governação e foi uma vitória tão retumbante como inesperada depois de o PS não ter ganho as eleições. Provou que o entendimento à esquerda é possível mas, em contrapartida, funcionou como uma armadilha que prendeu no seu interior as forças que apoiam o governo de António Costa, a saber, o Bloco, o PCP, Os Verdes e, objetivamente, o PAN. Cheiraram o queijo do poder, deram uma trinca e ficaram presos.

Essa circunstância tornou-se óbvia, por exemplo, com a forma pícara como bloquistas e comunistas aceitaram submissamente as explicações de Centeno sobre cativações orçamentais que eles conheciam perfeitamente por terem votado o documento. Mas também, e sobretudo, com a passividade face à tragédia de Pedrógão Grande e ao roubo (ou desvios, para ser mais rigoroso) de Tancos. 

Nos três casos, os parceiros externos da coligação viram-se obrigados a justificar o governo e os ministros envolvidos, nomeadamente nos dois gravíssimos casos ocorridos com os ministros da Administração Interna e da Defesa, evitando posições que poderiam levar a ruturas definitivas.

Tal como muitos comentadores, bloquistas e comunistas desmultiplicaram-se em justificações desculpabilizantes, lendo uma cartilha cheia de referências comuns. Só muito pontualmente os seus dirigentes teceram umas críticas e, mesmo essas, foram do tipo agarrem-me senão amuo, em jeito de serviços mínimos.

 No meio desta confusão, caiu como uma bomba de oportunidade (para não dizer oportunismo) a demissão por antecipação de três secretários de Estado que iam (ou já teriam sido, faltando só a divulgação) ser constituídos arguidos por terem ido ver um jogo da seleção a convite da Galp. Um absurdo. Poucos serão os políticos que não receberam convites semelhantes desde que há democracia, sem que a justiça tenha atuado. Aliás, quem também deveria ser inquirido é o Ministério Público por levar um ano a investigar uma coisa passível de ser feita numa semana. A notícia das demissões foi cirurgicamente plantada às 19h45 de domingo, a tempo de ser comentada e amaciada nas televisões, desviando as atenções de Pedrógão e de Tancos

(Excetos do artigo de Eduardo Oliveira e Silva,'A Ratoeira, hoje, no i)

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