sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Caranguejos-azuis Nativos Norte-americanos Aparecem No Guadiana E Sado

O Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve descobriram no estuário 
do rio Guadiana exemplares de caranguejo-azul, uma espécie com alto valor comercial 
característica da América do Norte, foi esta quinta-feira divulgado.A espécie 
(Callinectes sapidus), também conhecida como "siri" e considerada uma iguaria, é nativa 
da costa leste da América e foi encontrada pela primeira vez no Guadiana, a mais 
de sete mil quilómetros de distância do habitat original, em junho, o que surpreendeu os 
pescadores locais, revelou o CCMAR em comunicado. Segundo o centro de investigação, há 
registo de outros exemplares da mesma espécie capturados anteriormente no estuário do 
Sado, o que indicia que "estará numa fase de expansão na nossa costa, depois de 
provavelmente ter navegado, enquanto larva, nas águas de lastro de um navio que cruzou 
o Atlântico. O aparecimento de espécies invasoras no estuário do Guadiana tem vindo a 
aumentar nos últimos anos, com mais de uma dezena de espécies registadas, incluindo 
peixes, amêijoas, alforrecas, camarões, e mais recentemente este caranguejo, "o que pode 
ter consequências nefastas" para as espécies nativas, alerta o comunicado do CCMAR.
No entanto, as espécies invasoras com valor comercial, como é o caso do caranguejo azul 
ou da corvinata real (Cynoscion regalis), registada no ano anterior, "podem ser um exemplo 
de como uma ameaça se pode transformar numa oportunidade de exploração", refere o 
CCMAR. Face à inexistência de predadores naturais destas espécies invasoras, "a sua pesca 
contribuirá para o controlo da sua densidade", aliviando a pressão de exploração dos 
recursos pesqueiros tradicionais, como a sardinha, acrescenta."Novas alternativas de 
consumo deste tipo de espécies estão também a ser estudadas com chefs de restaurantes 
algarvios", conclui o CCMAR, sublinhando que os seus investigadores estão disponíveis para 
desenvolver "parcerias tecnológicas e científicas com qualquer setor da indústria pesqueira.

Fonte DN

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