quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Perguntará O Leitor: Porque É Que 50 Anos Depois Voltamos Ao Grito De Paris ?

A resposta é simples mas aponta para problemas complexos. 
É que agora, tal como então, há entre os jovens um sentimento generalizado de oposição à política.Mais do que não encontrarem o seu lugar no sistema representativo, os jovens creem que ele há muito que os deixou de representar as suas ambições e as suas preocupações.
O pior é que não são apenas os jovens que nutrem este tipo de sentimento, roçando a aversão ao governo representativo. Ele é transversal a todas as faixas etárias e a todos os estratos sociais, em todas as latitudes democráticas do mundo.
Que ninguém se surpreenda, por isso, com os fenómenos de intolerância e radicalismo que brotam do interior da nossa ordem demo-liberal.
O mais paradoxal é que isto acontece no tempo em que o mundo está, supostamente, mais interligado, mais participado e mais informado.
Pode acontecer que a era do conhecimento seja, no fim do dia, a era da ignorância. Tal constatação seria trágica. Todavia, caminhamos para lá chegar.
Precisamos de querer. Querer mudar o nosso bairro. Querer mudar a nossa cidade e o nosso país. E, querendo mesmo muito, querer mudar a Europa.
Porque como dizia Santo Agostinho, “nada está tão em poder da vontade como a própria vontade.”
Voltemos a ser capazes de construir projetos comuns de paz, concórdia e prosperidade. Voltemos a ser capazes de sonhar com a utopia. 
Sejamos realistas. Procuremos o impossível.

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