terça-feira, 7 de julho de 2020

As Portas Da Percepção

Se as portas da percepção estivessem limpas, 
tudo apareceria para o homem tal como é: infinito.
William Blake

Notícias Ao Fim Da Tarde

Covid-19: Situação Em Portugal Hoje Terça-feira

  • 44.416 casos confirmados (mais 287)
  • 1.629 vítimas mortais (mais nove mortes)
  • 394.134 casos suspeitos 
  • 1.308 pessoas ainda aguardam os resultados das análises laboratoriais 
  • 348.410 casos não confirmados após as análises
  • 33.134 encontram-se sob vigilância das autoridades de saúde.
  • 511 internados
  • 76 estão em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) 
  • 29.445 casos recuperados em Portugal (mais 279)

Atualmente existem: 17.823 casos registados no Norte, 4.211 no Centro, 20.929 em Lisboa e Vale do Tejo, 663 no Algarve, 151 casos na Região Autónoma dos Açores, 93 na Região Autónoma da Madeira e 544 casos no Alentejo.

Do total das 1.629 mortes: 821 foram no Norte, 248 no Centro, 513 em Lisboa e Vale do Tejo, 15 no Algarve, 15 nos Açores, 17 no Alentejo, não se registando nenhuma na Madeira.
 
NotaBolsonaro testa positivo à covid-19, mas diz estar “perfeitamente bem”

As Mudanças De Sentido De Voto Do PSD É O Espelho De Um Partido Cujas Ideias Têm A Validade De Um Iogurte

A mudança do sentido de voto do PSD no tema das creches é o espelho de um partido que parece que primeiro vota, e depois reflete. E não é caso único.
Pedro Sousa Carvalho, Eco

Vou recorrer a uma metáfora com laticínios que o próprio Rui Rio usou aquando do caso das presenças fantasma de José Silvano no Parlamento: “As minhas palavras não são como os iogurtes, que têm uma validade de 30 dias, têm uma validade prolongada”.
Se as palavras do líder do partido têm um prazo de validade longo, o mesmo não se pode dizer dos votos do PSD. A mudança de sentido de voto do PSD, no caso da redução da mensalidade das creches em função da perda de rendimentos sentida pelos pais, é apenas um exemplo de um partido que já nos tem habituado a decisões com um prazo de validade, nalguns casos, de apenas meia hora.
Um exemplo de uma decisão política altamente perecível foi o caso dos sócios-gerentes em que o Parlamento se preparava, na quarta-feira, para votar a proposta que foi vetada pelo Presidente da República quando o PS pediu a interrupção de tempo para tentar travar a repetição da maioria negativa. Uma hora depois, os trabalhos foram retomados e o PSD, nesse entretanto, mudou de ideias e deixou cair a sua proposta, substituindo-a por uma outra mais semelhante ao lay-off, mais ao gosto dos socialistas, mas menos generosa para os sócios-gerentes.
Mais grave terá sido a mudança de voto do PSD na questão da redução das mensalidades nas creches para as famílias que foram afetadas pela pandemia da Covid-19. Na terça-feira de manhã, o PSD votou a favor desta proposta do Bloco de Esquerda, mas esqueceu-se de comunicar aos pais que têm filhos nas creches que a proposta social-democrata tinha de ser consumida, preferencialmente, durante um prazo de cinco horas. Ao final da tarde, cinco horas volvidas, o partido pediu que a votação fosse repetida e resolveu então, de forma leviana, chumbar a proposta dos bloquistas que horas antes havia votado favoravelmente. Leviana porque não explicou o porquê de votar a favor e muito menos o porquê de votar contra.
Este caso não é inédito e é só mais um numa prateleira cheia de decisões políticas tomadas em cima do joelho e com um curto e embaraçoso prazo de validade. No Orçamento aprovado em fevereiro, o PSD já tinha feito algo semelhante numa proposta dos comunistas para que o rendimento dos filhos a partir do terceiro escalão deixasse de contar para o apuramento do Complemento Solidário para Idosos. De manhã fez uma coisa, à tarde outra.

Haverá com certeza várias explicações para que os frascos de compotas políticas laranjas, depois de abertas, tenham um prazo de validade curto. Alguns dirão que as posições políticas do partido evoluem e amadurecem. Outros dirão que apodrecem com o passar do tempo. Outros ainda apontarão o dedo à falta de comunicação entre a direção do partido, o Conselho Estratégico Nacional, a bancada parlamentar e o líder do partido.

A Criança Que Pensa Em Fadas ...


A CRIANÇA que pensa em fadas e acredita nas fadas
Age como um deus doente, mas como um deus.
Porque embora afirme que existe o que não existe
Sabe como é que as cousas existem, que é existindo,
Sabe que existir existe e não se explica,
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir,
Sabe que ser é estar em algum ponto
Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer.

Alberto Caeiro