Num tempo em que os extremos ganham terreno, como nos mostra a República Chéquia e as redes sociais amplificam a polarização, é precisamente o centro que assegura a estabilidade, a moderação e a capacidade de construir consensos duradouros. Sem uma força de equilíbrio que una o que os extremos dividem, o diálogo esgota-se, as soluções tornam-se reféns da emoção e a confiança nas instituições diminui. E a política não pode ser apenas combate. Precisa também de ser ponte. (Bernardo Ivo Cruz, DN)
A primeira virtude do centro é a procura do equilíbrio. As democracias modernas vivem da tensão entre liberdade e igualdade, direitos e deveres, inovação e tradição. Os extremos tendem a glorificar um dos polos, sacrificando o outro. O centro, pelo contrário, reconhece que a governação democrática exige sínteses, equilíbrios e ajustamentos permanentes. É no espaço do centro que se encontram soluções sustentáveis para sociedades plurais e diversas, capazes de resistir ao tempo e às mudanças de ciclo.
A segunda virtude é a capacidade de diálogo. Governa-se com maiorias, mas também se governa para as minorias. O centro político é o espaço que mais naturalmente procura integrar posições diversas, escutar diferentes atores e traduzir essas vozes em compromissos políticos. (continuar a ler)
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