segunda-feira, 3 de novembro de 2025

A Frase (241)

Perdidas as referências tradicionais, os extremos crescem na redefinição das novas fronteiras políticas entre amigos e inimigos.     (Carlos Marques de Almeida, ECO)

A democracia portuguesa exibe as fissuras de um regime cansado. Com boa vontade, a ideia original e primeira de um Portugal democrático tem vindo a dissipar-se com o tempo de um meio século. Cartazes e insultos são o sintoma que as mudanças políticas importantes são um fenómeno profundo no panorama da aventura nacional. O Portugal democrático parece uma película de verniz aplicado à pressa sobre o velho Portugal autoritário. Com o tempo, o verniz escurece e revela no intervalo das fissuras o Portugal de sempre – O Portugal da ordem e do respeito, o país cinzento conciliado com o orgulho e a ignorância em nome de uma qualquer identidade nacional.

Se o pessoal político mudou em estabilidade desde a normalização democrática, as mudanças políticas parecem ter sido mínimas em função de uma nova mentalidade democrática. O que surge hoje à superfície da política contemporânea é uma aparente divergência entre o país político e o país real que tomaram destinos diferentes. O país político instalou-se numa configuração nacional que surge como a afirmação recorrente e histórica de uma superioridade natural própria de uma elite. O país de cima. O país real acomodou-se a uma configuração nacional que surge como a afirmação recorrente e histórica de uma inferioridade natural própria de um português normal. O país de baixo. O conflito aparece agora nesta fase de indefinição democrática e representa um facto decisivo e preocupante – A política começa a não conseguir representar a sociedade. (...)     (ler texto na integra) 

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