A violência deixou de ser exceção para se tornar regra, deixou de ser acidente para se tornar método. Primeiro, pelas palavras: a agressividade gratuita, o insulto como forma de expressão política, a retórica do ódio disseminada nas redes sociais. Depois, pelos gestos: agressões físicas, tumultos sociais, guerras sem fim, atentados que deixam marcas indeléveis não apenas nas vítimas diretas, mas na própria consciência coletiva.
(José Pereira da Costa, Público)A violência entrou no espaço público como se fosse linguagem natural. É como se tivéssemos esquecido que a vida democrática se constrói pela palavra argumentada, pelo debate, pela procura de consensos possíveis. Em vez disso, normalizou-se a crispação, radicalizou-se o discurso, transformou-se a agressividade em sinal de força. A violência tornou-se hábito — e, como todo o hábito, tende a consolidar-se.
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