Julgo que alguns dos manifestantes nem precisarão de se deslocar até ao Martim Moniz: aparentemente, ainda não saíram de lá desde que, em 19 de Dezembro. Os multiculturalistas que, por dificuldades de agenda, geografia, vontade ou digestão, não foram ao Martim Moniz em carne e osso, pairam por lá em espírito.
É interessante notar que a sensibilidade dessas almas não se manifestou, literal e figurativamente, aquando de operações similares, no Martim Moniz e onde calhou, sob a vigência de governos socialistas. Decerto, e para citar a sempre pertinente Mariana Mortágua, as operações em causa não se enquadravam na corrente “campanha racista” e “de ódio”.Só o racismo e o ódio justificam que as autoridades provoquem semelhante alarido numa zona que, ao longo de dois anos inteirinhos, apenas testemunhou 52 crimes violentos, centenas de casos de desordem e, as fontes variam, talvez um homicídio.
É essa gente que hoje vai desfilar a partir da Almirante Reis, a soltar guichos alusivos à “injustiça” e à “discriminação”, ao “medo” e à “vergonha”, ao “racismo” e aos “direitos humanos”.
Vale a pena notar que essa gente, que escorre virtude postiça e desumanidade autêntica, despreza por cálculo as infelizes estupradas como, se lhes convier, despreza os imigrantes decentes ou os demais objectos da sua oportunista atenção. O apreço dessa gente esgota-se naqueles, e naquilo, que ajudem a destruir a sociedade que temos, a vida que levamos, as pessoas que somos.
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