quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Notícias Soltas

*Caso Rui Rangel. O que já se sabe e quem é quem no processo




*Portugal no top 10 da Europa na sobrevivência ao cancro da mama, próstata e estômago
*Puigdemont: da investidura remota à desistência

Esta É A Frase

‘A perda de humanidade’ é algo que sinto todos os dias. Ouço pessoas a falar na televisão, na rua ou em eventos - a palavra evento aterroriza-me - e parece que todos são licenciados em economia. Já se fala em ‘gerir’ uma relação amorosa, em ‘priorizar’ os sentimentos, dizem-se coisas absolutamente tolas que não têm nada a ver com a humanidade, têm a ver com uma linguagem mecânica que se está a inventar e que faz parte desta nova sociedade que é muito dominada pela produção económica, pela tecnologia, pelo êxito comercial e pelo sucesso. Quando digo perda de humanidade é disto que estou a falar.

António Barreto, J Sol

Sonhos Sem Ilusões

Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos. Atingirás assim o ponto supremo da abstenção sonhadora, onde os sentimentos se mesclam, os sentimentos se extravasam, as ideias se interpenetram. Assim como as cores e os sons sabem uns a outros, os ódios sabem a amores, e as coisas concretas a abstractas, e as abstractas a concretas. Quebram-se os laços que, ao mesmo tempo que ligavam tudo, separavam tudo, isolando cada elemento. Tudo se funde e confunde. 

Fernando Pessoa

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Notícias Soltas

*Centeno estará disposto a sair caso venha a ser constituído arguido





Luta


Dorme a noite encostada nas colinas. 
Como um sonho de paz e esquecimento 
Desponta a lua. Adormeceu o vento, 
Adormeceram vales e campinas... 

Mas a mim, cheia de atracções divinas, 
Dá-me a noite rebate ao pensamento. 
Sinto em volta de mim, tropel nevoento, 
Os Destinos e as Almas peregrinas! 

Insondável problema!... Apavorado 
Recúa o pensamento!... E já prostrado 
E estúpido à força de fadiga, 

Fito inconsciente as sombras visionárias, 
Enquanto pelas praias solitárias 
Ecoa, ó mar, a tua voz antiga. 

Antero de Quental

domingo, 28 de janeiro de 2018

Notícias Soltas

*Era uma vez a Raposa, o belga, a holandesa e o sul-africano: os melhores cocktails nascem no mato

É Difícil Perceber Por Que Diabo A Misericórdia de Lisboa Quer Comprar parte Do Montepio

É difícil perceber por que diabo quer a Misericórdia de Lisboa comprar parte do banco do Montepio. Não se consegue entender. A tentação do negócio? A atracção sedutora e fatal da banca? A importância social e política? Ou simplesmente. 

Os riscos desta operação são enormes. Uma instituição em bom estado, com um orçamento superior a 200 milhões de euros, vai exercer funções fora do seu estatuto para se perder numa outra em mau estado. Será que o governo quer arranjar alguém que resolva o banco sem ter de gastar o seu dinheiro e sem agravar o défice? Mas a Santa Casa é do Estado Quer o governo evitar a resolução e a falência (como os outros bancos conhecidos)? Vai o governo ficar com dois problemas graves (Montepio e Santa Casa) em vez de um só? obedecer ao governo?

Há evidentes riscos para milhares de pensionistas do Montepio, para outros tantos doentes, pobres, idosos e crianças apoiados pela Santa Casa. É chocante a irresponsabilidade dos governantes! E ainda mais surpreendente é a quase ausência de protestos na opinião pública. Só não se espanta quem pensa que os portugueses estão já tão moralmente corruptos que não se importam com a destruição de instituições de apoio social, em nome de opções políticas de oportunidade.(ler artigo completo)

Paciência

"A paciência serve de proteção contra injustiças como as roupas contra o frio. Se você veste mais roupas com o aumento do frio, este não terá nenhum poder para feri-lo. De forma idêntica você deve crescer em paciência quando se encontra em grandes dificuldades e elas serão impotentes para atormentar a sua mente."

Leonardo da Vinci 

sábado, 27 de janeiro de 2018

Notícias Soltas

É A Política Que Temos

Um primeiro-ministro ataca a EDP e a Altice em pleno Parlamento, um líder do PSD questiona o governo sobre a escolha de uma empresa multinacional por Lisboa (por sinal, escolheu Oeiras…). E quando é que percebemos que não cabe ao Estado substituir-se às empresas nas suas opções, sobretudo ou especialmente quando não há qualquer envolvimento de dinheiros públicos? E quando é que contribuímos para uma separação clara entre os governos e as empresas. E quando é que libertámos a sociedade civil – e empresarial – da necessidade de correr para os braços dos governos?

Esta semana, Ricardo Arroja escreveu no ECO sobre o ‘liberalismo de Estado” de Rui Rio. Não foi necessário esperar muito para se mostrar uma análise tão acertada. E desta vez, nem precisou da ajuda do governo… O ministro-adjunto Pedro Siza Vieira veio repetir o que já tinha sido dito, o governo não decidiu a localização da Google. Sim, por estranho que possa parecer, há empresas que decidem sem a intervenção dos governos, que fazem opções em função dos seus interesses, sem pedirem ao Estado que decida por elas.(continuar a ler)

Estas São As Frases

Para cúmulo, no espasmo vale tudo e confunde-se tudo. Confunde-se estupros com festinhas no ombro, chantagens com piropos, violência com engates e, principalmente, mulheres que foram abusadas de facto com mulheres que fingem ter sido abusadas de modo a não perderem lugar na plateia dos linchamentos. É evidente que, ao valorizar-se vítimas imaginárias de crimes imaginários, acaba-se a desvalorizar-se vítimas reais de crimes medonhos. E acaba-se a colaborar no crime.

E aquilo do sr. Lula? Alguém acredita que um socialista possa ter delapidado em diversos milhões o povo que tanto adora? Alguém acredita que um ex-sindicalista possa ser um rematado ladrão? Alguém acredita que o homem que cruzou o oceano para apresentar uma obra de José Sócrates possa estar no centro de um dos maiores esquemas de corrupção que o mundo conheceu? Eu não acredito. Para mim, é golpe.

Alberto Gonçalves, OBSR 

A Decisão

Pensamos para decidir bem, mas o momento da decisão não é racional. Decidir é passar da deliberação à ação, deixando o pensamento para trás. A decisão implica sempre uma cisão, uma rutura, um corte.
O momento crítico da decisão é uma espécie de salto interior que estabelece uma distância enorme entre o antes e o depois. Um instante chega para que mudemos de rumo e comecemos um novo capítulo na história da vida.
Decidir é preferir entrar por uma porta, o que implica preterir todas as outras. E há quem não consiga aceitar que a vida é feita de sacrifícios que exigem deixar para trás coisas boas, em vista de outras, melhores.
As dúvidas e incertezas não desaparecem com a decisão. Muitas vezes, se lhe dermos espaço interior, até aumentam. No entanto, como é tempo de aplicar o que se determinou, devemos guardar para depois as análises e avaliações. Se passarmos o tempo à espera de resultados, não fazemos nada. Há tempo para pensar e tempo para agir. Decidir não é só mudar de um tempo de meditação para outro.
As consequências das nossas resoluções são sempre mais do que aquelas que nos é possível prever. Mas decidir é abrir portas e avançar, não é fechá-las e escondermo-nos.
Se não souberes para onde ir, toma atenção ao vento que sopra … e vai, não para onde ele 
vai sem ti … mas para onde tu queres ir, com ele.

José Luís Nunes Martins 

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Notícias Soltas

Para Que Conste

O Ministro da Saúde não comenta críticas da bastonária da Ordem dos Enfermeiros (para quem os utentes portugueses correm riscos, sendo que os casos mais gritantes atingem todas as áreas: "Hospitais, centros de saúde, lares, cuidados continuados") e garante segurança do SNS.

Lugares E Momentos

Existem lugares que marcam momentos
E momentos que marcam vidas.

Nildo Lage

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Notícias Soltas (act.)

Esta É A Pergunta Que Se Impõe

Vou eu pagar a creche em vez da Autoeuropa?

Pergunto: qual é a boa justificação social para os contribuintes se substituírem aos accionistas da Volkswagen no pagamento de creches para os filhos dos seus casais trabalhadores? (continuar a ler)

Mario Draghi Prepara-se Para Desligar As Impressoras. É O Fim Do Dinheiro Barato Na Zona Euro

Tudo indica que Mario Draghi vai aproveitar a conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Governadores para deixar no mercado a imagem de que se prepara para desligar a impressora das notas que tem animado a economia da Zona Euro. É o fim do dinheiro barato à vista e isso vai ter implicações sérias na vida das famílias, empresas e Estado em Portugal.

A partir do momento em que Draghi sinalizar o fim de uma era de estímulos sem precedentes, o aperto do cinto em Frankfurt vai chegar rapidamente ao bolso dos portugueses, com o mercado antecipar-se a um novo enquadramento monetário na região. Quando?

Em relação às famílias, o mais provável é que se venha a assistir a uma subida das taxas Euribor — que estão associadas a grande parte dos empréstimos dos bancos — já na segunda metade deste ano, antecipam Rui Serra e Filipe Garcia, economistas do Montepio e da IMF – Informação de Mercados Financeiros.
“Quando as Euribor começarem a subir, vai sentir-se o impacto nas prestações dos créditos indexados a taxas variáveis. Não esperamos nem subidas rápidas nem muito pronunciadas, mas será sempre um desafio crescente para as famílias porque irá afetar uma parte do rendimento familiar“, explica Filipe Garcia. Isto ajuda a explicar porque razão o Banco de Portugal e o próprio Presidente da República têm vindo alertar para um novo aumento do crédito às famílias: daqui para a frente as condições vão agravar-se e as prestações ao banco vão aumentar a expensas de um orçamento familiar mais reduzido. Déjà vu?
Rui Serra concorda com a análise de Filipe Garcia, mas dá o outro lado da moeda: “Se a subida das taxas é negativa para as famílias endividadas, ela também é positiva para as famílias com depósitos e outras aplicações com rendimento indexado às taxas de juro, dado passarem a ter maiores rendimentos de capitais (algo que também irá beneficiar o Estado em termos de impostos arrecadados).”
“Para as empresas, o fenómeno é semelhante, mas só em parte” (ler aqui)