Continua a coreografia emocional entre o Governo e a Presidência. Para o Governo a “cooperação estratégica” é uma inspiração para os portugueses. Para o Presidente a “cooperação estratégica” é uma desilusão para os portugueses. Para os portugueses o Governo é uma preocupação e o Presidente parece ter iniciado a última temporada do mais longo adeus da República. (Carlos Marques de Almeida, OBSR)
O Governo pensa que não precisa politicamente do Presidente. O Presidente está convicto de que precisa politicamente do Governo. Esta peculiar inversão institucional e democrática é uma originalidade de uma política em circuito fechado e sem vestígio de imaginação. O Governo centra-se na sua sobrevivência política e qualquer prazo de validade do Executivo expira depois do mandato do Presidente. O Presidente centra-se na herança política e sabe que a sua memória futura depende em muito da performance deste Governo. Portugal tem hoje um Governo soberbo na sua impotência e um Presidente superlativo na sua irrelevância. Como pode um país prosperar com a impotência executiva e com a irrelevância presidencial?
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