O caranguejo-chinês é nativo do Oceano Pacífico, mas pode ser encontrado também em Portugal, nos estuários do rio Tejo e do rio Minho. Considerado uma das 100 piores espécies invasoras a nível mundial, este crustáceo é um exemplo dos organismos que
estão a invadir a costa portuguesa.
As espécies invasoras são altamente resistentes, reproduzem-se rapidamente e têm uma capacidade de adaptação ambiental e alimentar elevada. Por isso, quando introduzidas num novo local, competem com os organismos já existentes pelos habitats e pelos alimentos. Esta
“invasão” das espécies não-nativas tem como possível consequência a perda de biodiversidade.
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Caranguejo-azul |
Mas, qual o motivo por que espécies como a amêijoa-asiática, o caranguejo-azul, o caranguejo-chinês ou a caulerpa (alga) estão a ser registadas em Portugal?
Existem diferentes explicações. Maria José Costa, coordenadora da investigação, recorda uma pouco habitual: “A caulerpa, por exemplo, pensa-se que tenha
escapado do Oceanário do Mónaco.” Esta alga, que é considerada uma calamidade, está referenciada na Costa Algarvia. No entanto, segundo a também directora do IO, “as águas de
lastro dos navios são a principal causa” da introdução. “Nas águas transportadas por navios vêm larvas, que depois podem encontrar as condições necessárias que permitam a sua proliferação nas nossas águas”, refere António Fernandes. Outras das causas desta “invasão” são a
aquacultura e pescas, a aquariofilia, a navegação de recreio e a construção de canais.
Estas espécies representam um perigo para a diversidade marinha, mas a nível económico podem ter aspectos positivos, como a comercialização. Maria José costa refere que “o caranguejo-azul é óptimo para comer”. No entanto,
as consequências para a biodiversidade são nefastas: o caranguejo-azul é omnívoro e alimenta-se de bivalves, anelídeos e peixes. Nos Estados-Unidos, apesar do seu valor económico,
é considerado uma praga.
Fonte: Público