quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Notícias Soltas

*Praia de Carcavelos interdita a banhos

*China avisa: Situação na península coreana é séria, não um jogo de computador

*Quando os cidadãos se unem para mudar os seus bairros

*Marinheiros portugueses da Volvo Ocean Race já estão escolhidos

*FESAP pede reunião urgente a Centeno sobre descongelamento das carreiras


Dar Ou Não Este Passo? - Eis A Questão ...

Desde a invenção da democracia moderna, aquilo que move o eleitorado é apenas o conforto da carteira e a preservação de um certo modo de vida. Não são os escândalos que destroem um político (Sócrates que o diga), nem certas opressões da liberdade (Putin ou Salazar que o digam), nem tragédias como as de Pedrógão Grande, que o PSD achou que iria marcar a segunda metade da legislatura. Com excepção de pequenas franjas muito politizadas, aquilo que decide o voto é, e sempre foi, a expectativa de cada um poder melhorar, ou pelo menos manter, o seu conforto económico.E, neste aspecto, António Costa com o seu discurso (ainda que falso) do pós-austeridade leva larga vantagem sobre Passos Coelho.

E, afirma Tavares, e questionamos nós - «O PSD deve aceitar o pacto de António Costa mesmo que esteja colocado numa posição extremamente desconfortável, Passos Coelho deve engolir o ressentimento, fazer o que está certo e beber o cálice até ao fim.»

Fonte:João Miguel Tavares, Público, via Blasfémias 

Sonhos ...

"Quando sonhamos sozinhos, é só um sonho. Quando sonhamos juntos é o começo de uma nova realidade." 

Dom Hélder Câmara 

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Notícias Soltas

*Medina aposta em criar limites ao alojamento local e na melhoria dos transportes

*Autoeuropa e sindicatos vão reunir-se dia 7 de setembr

*Autárquicas com Teresa Leal Coelho. “Nunca aceitei convites para viajar e julgo que nunca aceitarei

A Crispação Está De Volta

Tornaram-se claras as deficiências no combate às chamas. Falhas de coordenação, sobretudo.

Costa e o Governo em geral procuraram adiar respostas, “chutando para canto” e tentando arranjar alguns bodes expiatórios. Mas o primeiro-ministro percebeu que a confiança no seu executivo tinha sido mesmo afectada por este flagelo.

Assim se compreende [...] o tom agressivo, mal disposto e até malcriado com que A. Costa se referiu aos líderes do CDS e do PSD na “rentrée” política do PS. Por exemplo, acusou Passos Coelho de diariamente criticar os bombeiros – coisa que ele sabia, ou devia saber, que o líder do PSD nunca fez.

É uma agressividade que lança as maiores dúvidas sobre a seriedade da proposta feita dias antes por A. Costa de aprovar no Parlamento por maioria de dois terços (logo, com o PSD) os grandes investimentos públicos.


As eleições autárquicas só em escassa medida explicam o regresso a este desagradável clima de crispação. 

Francisco Sarsfield Cabral,  RR     

A Canção Só Morrerá Se ...

A canção, expressão da melancolia, do amor, do entusiasmo, só morrerá se estes sentimentos morrerem; ela é, como o suspiro, como o grito, um dos movimentos naturais da alma.

Eça de Queirós

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Notícias Soltas

A Liberdade E A Democracia Não São A Imposição De Um Pensamento Único E Iluminado A Toda A Sociedade

Se há tema transversal a tudo o que escrevo, e estruturante de tudo o que penso, é a liberdade.
A liberdade e a democracia não são a imposição de um pensamento único e iluminado a toda a sociedade, por muito bem intencionado que seja.
Um dos passos decisivos para a instituição dos totalitarismos é a investidura formal das polícias de costumes. As comissões de regulação, os comités, os institutos de fiscalização, podem ser os braços do Estado na “normalização” almejada. A definição “superior” do pensamento por gente não legitimada, por alguma academia artificial e por mandato político e ideológico, resulta invariavelmente num divórcio entre o rumo imposto e a realidade, entre o ideal e a normalidade, entre a norma imposta e a liberdade.
Em Portugal, a cavalgada do chamado politicamente correcto tem sido alucinante. A cada esquina, onde antes havia um informador da PIDE, há hoje um militante da ILGA, um crente do Bloco, um apóstolo da igualdade de género, um criativo do racismo, um fundamentalista dos animais, um mata-frades ou um soldado da inclusão à força. As frentes são diversas, o objectivo é só um: a imposição do pensamento único. Para esta brigada, devidamente protegida e legitimada pela fragilidade política de Costa, quem pensa diferente, pura e simplesmente, não pensa, não tem direito a expressar as suas opiniões porque são dignas de um troglodita, não tem direito a liberdade de acção porque é medieval, não tem direito a falar se não viu e compreendeu a luz que irradia dos Boaventuras e demais jacobinos do regime.
O regime iluminado, os seus mais diversos agentes, a liberdade da escolha única que advoga, a rejeição e o desrespeito pelo acto de pensar livremente, erradamente dizem eles, está a criar uma coisa nova; não lhe chamo sociedade, para evitar a contradição nos termos. Está a fazer na Europa o que outros num passado mais ou menos recente não conseguiram. Está a cumprir a profecia de Bradburry em Farenheit 451 com eficácia inusitada.
(Excertos do artigo de Raúl Almeida, 'O regime iluminado',no JE)

Para Navegar Contra A Corrente ...

Para navegar contra a corrente são necessárias condições raras: espírito de aventura, coragem, perseverança e paixão". 

Nise da Silveira 

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Notícias Soltas


Do Outro Lado Da Guerra Cultural Não há Voz Nem Vontade ...

... O comprometimento deixou de ter significado e perdeu poder de convocatória? Não sei, mas a fractura é grande.
1. Vigiam-nos. Estão atentos. Estão de serviço. Mobilizados pelo pensamento único, uma nova forma de vida. Nunca se cansam. São ferozes na vigilância, implacáveis na perseguição, sonoros na censura. A nova cartilha e os seus mandamentos não incluem desvios. A nobre arte de debater, a esgrima dos argumentos, a relevância da dúvida, o valor da discordância, estão proibidos pela própria natureza da subversão civilizacional em curso.
Os novos proprietários querem-nos fora de pé, ao largo de nos próprios, cortados pela raiz do que somos e representamos. Querem que nos transfiguremos noutros, atraiçoando o nosso “nós” individual e anestesiando o “nós” colectivo.
Querem-no com ferocidade, não usando de contemplação: o castigo terá apenas o limite da sua própria obscenidade: a intimidação, a denúncia, a manipulação, a mentira, o escárnio público, abater-se-ão sobre os prevaricadores, qual raio ou trovão. A extrema-esquerda, radical de seu nome próprio, é aliás exímia na aplicação destes instrumentos que manuseia com a habilidade ácida do ódio. Temo-lo visto. É preciso licença prévia para pensar e depois dizer alto o que se pensou.
Qualquer “forma mentis” que não encaixe no novo código de conduta está automaticamente banida do seu direito de cidade, privada do oxigénio da liberdade e da vitamínica possibilidade da interrogação e debate. Há uma guerra cultural em curso.
2. Os novos proprietários das mentes&costumes não valem grande coisa eleitoralmente, nunca governarão sozinhos, o seu número no país é inversamente proporcional ao eco mediático que os propaga mas para quem não estiver distraído nada disso tem porém grande importância. Não tem, porque não é disso que se trata. É mais substancial, mais fundo, mais grave. Por isso, eles valem pelo que os deixamos conseguir valer.
Valem pelo aparente êxito com que corroem os alicerces que sustentam o berço civilizacional de onde somos, valem pelo modo como vão calcinando o que conhecemos como nosso mundo. Valem porque exibem o fôlego e a mestria dessa demencial empreitada que é o determinarem-nos: formantando-nos as mentes, anestesiando–nos as reações, domesticando-nos o instinto, incutindo-nos o receio de destoar. De ser expulso do coro onde impuseram uma nota só.
E valem, claro, pela desenvolta segurança de quem se implantou – cá dentro e lá fora — com estratégia e método. Ocupando lugares chaves tão relevantes como a Academia e a Media, convocando a Ciência para o festim, não descurando parte dos sistemas partidários, não esquecendo as representações parlamentares, cuidando da propaganda e do espectáculo. Oficializando enfim um novo mapa cultural e um guia moral (?) desconexos, híbridos, convulsivos, sem raiz. Saídos do nada. Em nome de uma abstrata “culpa ocidental” abatem-se valores, padrões, referências, história, memória (mas saberão eles que não há organização social capaz de vencer sem valores e sem passado?). Abatem-se como árvores, em nome do repúdio pela herança civilizacional recebida. Os novos proprietários exigem-nos numa palavra, que mudemos de pele cultural.
A isto se chama uma guerra.(continuar a ler)

Impossível De Explicar ...

Há uma parte subterrânea nas obras de arte impossível de explicar. Como no amor. Esse mistério é, talvez seja, a própria essência do acto criador. A gente não sabe ...

António Lobo Antunes 

domingo, 27 de agosto de 2017

Notícias Soltas (act.)






A Morte Dos Jornais Já Foi Anunciada No Passado Várias Vezes, Mas Agora Tudo É Diferente

A morte dos jornais já foi anunciada no passado por várias vezes e sempre na sequência de inovações tecnológicas. Primeiro quando a rádio surgiu e se popularizou, depois quando apareceu a televisão e se tornou no meio de comunicação social de massas por excelência. E, sabemos isso hoje, esses anúncios da morte da imprensa foram manifestamente exagerados. Não só os jornais sobreviveram como se multiplicaram, aumentaram a sua influência e viveram a sua época dourada nas últimas décadas do século passado.Os jornais sobreviveram como se multiplicaram, aumentaram a sua influência e viveram a sua época dourada nas últimas décadas do século passado. Os três meios podiam concorrer em busca da notícia mas, sobretudo, complementavam-se. “A rádio conta, a televisão mostra e os jornais explicam”, era o que se dizia.

Mas agora tudo é diferente. As evidências existem há alguns anos, têm aumentado e estão a confirmar-se: a internet e as plataformas tecnológicas mudaram de tal forma as regras do jogo que torna impossível a sobrevivência de muitas marcas de informação.


O anúncio da morte da imprensa desta vez é para levar a sério.


A receita certa e sólida para um mercado pequeno como o português pode chegar demasiado tarde para salvar a informação de qualidade. E aí teremos um problema sério na democracia.


Fonte:Paulo Ferreira, ECO

Boa Noite !



Ainda que as provações se tornem imensas, tenha fé e confie ... deixe que a serenidade da paz lhe traga a sabedoria e a humildade para superar todas as dificuldades.
Tenha uma Boa Noite.

sábado, 26 de agosto de 2017

Notícias Soltas

*Mais de cem operacionais e três meios aéreos combatem fogo em Foz Côa




Esta É A Frase

Dantes um dos critérios do sucesso público era a eficácia com que se escondia a cama. Hoje é muito útil trazê-la para a rua e mudar os lençóis na cara dos transeuntes. A alteração é boa? Má? É o que é.

Alberto Gonçalves,' Rapsódia em Agosto:meninos,meninas, medricas e outras mariquices' ,OBSR 

O Sonho Da Igualdade ...

O sonho da igualdade só cresce no terreno do respeito pelas diferenças.

AC 

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Notícias Soltas

O Politicamente Correcto É Um Sinal Do Que Pode Vir A Ser Um Ocidente Em Declínio

A crer nos apóstolos do politicamente correcto, o passado foi um horror e a sua memória e os seus monumentos deviam ser abolidos. Mas o presente, apesar de constantes “vitórias”, não é melhor: nunca o racismo foi tão grave, nunca a homofobia foi tão alta, nunca a misoginia foi tão aguda. Não há progresso. Porquê? Porque as pessoas, deixadas em liberdade, tendem ao erro e à malícia, como outrora tendiam ao pecado. Há sempre uma piada reveladora, um gesto sintomático. O problema é, portanto, a liberdade. O politicamente correcto tem assim de pressupor um poder absoluto, capaz de fiscalizar todas as relações, de modo a extirpar todos os preconceitos e impurezas, tenham a forma de um piropo ou de uma cortesia. Por enquanto, vai havendo a caça às bruxas nas redes sociais.

O politicamente correcto é um sinal do que pode vir a ser um Ocidente em declínio: uma aglomeração paroquial de pequenos lóbis identitários, em disputas absurdas, sob a vigilância de um poder despótico. Parece que era assim Bizâncio antes da conquista muçulmana. (ler aqui o artigo completo)

Nada É Certo

Ninguém avança pela vida em linha recta. Muitas vezes, não paramos nas estações indicadas no horário. Por vezes, saímos dos trilhos. Por vezes, perdemo-nos, ou levantamos voo e desaparecemos como pó. As viagens mais incríveis fazem-se às vezes sem se sair do mesmo lugar. No espaço de alguns minutos, certos indivíduos vivem aquilo que um mortal comum levaria toda a sua vida a viver. Alguns gastam um sem número de vidas no decurso da sua estadia cá em baixo. Alguns crescem como cogumelos, enquanto outros ficam inelutávelmente para trás, atolados no caminho. Aquilo que, momento a momento, se passa na vida de um homem é para sempre insondável. É absolutamente impossível que alguém conte a história toda, por muito limitado que seja o fragmento da nossa vida que decidamos tratar. 

Henry Miller

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Notícias Soltas


*Libertado mais um suspeito do atentado terrorista em Barcelona



Preocupante É Perceber Que Ainda Existe Mercado Para Livros Só Para Meninos Ou Só Para Meninas

A propósito dos episódios que têm marcado este Verão demasiado quente. O último foi a “recomendação” do Governo para que fossem retirados do mercado livros pré-escolares para meninos e para meninas. A editora aceitou a “recomendação” do Governo e retirou os livros. Independentemente da opinião que tenhamos, sobre a iniciativa da editora, a questão que se coloca é: porque é que um Governo se mete num assunto destes? Os livros, que se saiba, não são (ou eram?) manuais escolares indicados pelo Estado.
Aquela pergunta suscita uma outra: até onde vai a liberdade de cada um, incluindo das crianças? (...) O que parece estarmos a fazer é a substituir uma discriminação por outra discriminação – a menina tinha de ajudar a mãe e agora está proibida de o fazer ou o menino gosta é de brincar com carrinhos mas tem de brincar também com bonecas.
O que é preocupante na iniciativa da Porto Editora é perceber que ainda existe mercado para livros só para meninas e só para meninos. Essa é a pergunta que temos de fazer: porque é que ainda é rentável? 
A desigualdade de género – como as outras – é infelizmente uma realidade e parte da educação que se tem em casa. Para corrigir isso pouco ou nada se fez. Muito menos se resolve censurando livros. A iniciativa do Governo apenas impede que se conheça a realidade. E sem conhecer a sociedade nada se corrige.(Helena Garrido, OBSR)
Envergonha pela audácia dos censores.(...) Podiam fazer como é normal em qualquer sociedade democrática: criticar os livros, abrir porventura um debate sobre se é possível haver actividades diferentes para meninas e rapazes, mas isso cobri-los-ia de ridículo (basta de resto olhar para os desenhos que alegadamente teriam estereótipos de sexo para soltar uma valente gargalhada com a parvoíce destes inquisidores). Mas em vez da discussão preferiram a intimidação abusando do seu poder administrativo.
E envergonha pelo servilismo do editor, porventura racional do ponto de vista do seu negócio num país onde o Estado e os governos mandam em tudo, mas uma lástima se pensarmos no que é a missão de quem imagina e produz livros.
Mas não me surpreende que assim seja, pois estamos submetidos às estritas regras e códigos de conduta da chamada “ideologia do género”, uma nova ortodoxia contra a qual poucos levantam a voz. Mas que não pode passar sem que a contestemos.
Até porque a fúria destes indignados toca a todos – e tanto que toca que agora até agarrou nas suas teias um ícone da esquerda planetária, o cantor Chico Buarque, de repente acusado de machismo por causa da letra de uma canção. ( José Manuel Fernandes, 'A censura, a javardice e o politicamente correcto')

Muitas Pessoas Estão Ocupadas Só Para Disfarçar ...

Muitas pessoas estão ocupadas só para disfarçar a ansiedade; o seu activismo é um modo de fugir de si mesmas. Elas obtêm um pseudo e temporário senso de vivacidade correndo de um lado para o outro, como se estivessem realizando algo só pelo facto de se movimentarem, ou como se estarem ocupadas fosse uma prova de sua importância.


Rollo May

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Notícias Soltas (act.)

Teste Sanguíneo Para Detecção Precoce De Cancros

Investigadores desenvolveram um teste sanguíneo capaz de detectar precocemente vários tipos de cancro, ao localizar material genético derivado de células tumorais, divulgou esta quarta-feira a publicação científica “Science Translational Medicine”.
O teste permitiu a uma equipa de cientistas dos Estados Unidos, da Holanda e da Dinamarca identificar com precisão, evitando resultados 'falsos positivos', mais de metade de uma amostra de 138 pessoas com cancro colo-rectal, da mama, do pulmão e do ovário numa fase relativamente inicial da doença.
Segundo o grupo de investigadores, o teste é uma novidade ao distinguir nas células sanguíneas entre alterações no ADN (material genético) provenientes de células cancerígenas e outras mutações genéticas que podem ser confundidas como biomarcadores do cancro.
As pessoas que poderiam, de acordo com a investigação, beneficiar mais com uma análise ao sangue deste tipo seriam os fumadores, que possuem risco acrescido de terem cancro do pulmão, e as mulheres com mutações genéticas hereditárias que estão na origem dos cancros da mama e do ovário. (continuar a ler

Dúvida


Eu corro atrás da memória 

De certas coisas passadas 
Como de um conto de fadas, 
De uma velha, velha história... 

Tão longe do que hoje sou 
Que nem sei se quem recorda 
Foi aquele que as passou, 
Ou se apenas as sonhou 
E agora, súbito, acorda. 

Francisco Bugalho

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Lua Em Agosto

Sexta-feira, 4 de Agosto de 2017
22:47

Notícias Soltas (act.)

*PS. Militantes queixam-se à polícia de falsificação de assinaturas

*Consumidores preferem qualidade em vez de promoções

*Governo quer apresentar Orçamento a 13 de outubro

A Perversidade Humana Não Tem Fronteiras Nem Prazos, Mas a Bondade Também Não

  
Fernando Álvarez fez sozinho o seu minuto de silêncio na prancha, antes de se atirar para a água, e perdeu aquela competição desportiva, mas humanamente ganhou em toda a linha. Ele e nós. Ganhamos com o seu exemplo em coragem para fazermos a diferença, em liberdade interior para agirmos em contra-corrente, em segurança para não desistirmos, em confiança para não nos deixarmos abater, em discernimento para não trocarmos as prioridades, e em atenção para nunca nos fazermos indiferentes.

Harry Athwal, o cidadão britânico que permaneceu ajoelhado no chão ao lado do rapazinho australiano em agonia, foi outro que deu um testemunho admirável de coragem e humanidade. Julian Cadman, o rapazinho em estertor acabaria por morrer, mas não morreu sozinho porque Harry Athwal se recusou a deixá-lo.

Todos os dias há más notícias e é impossível viver sem nos interrogarmos. Muitas dúvidas e inquietações ficam sem resposta e a angústia cresce, daninha, de dia para dia. O sentimento de vulnerabilidade aumenta exponencialmente e a sensação de impotência perante certos acontecimentos também se agrava
Mesmo sem sabermos exactamente como orientar as novas gerações, é importante ter muito presente que a influência imediata do comportamento é sempre mais eficaz do que as palavras, como escreveu Viktor E. Frankl, no seu livro O Homem em Busca de um Sentido. O exemplo certo é sempre mais eficaz do que as palavras alguma vez podem ser, mas não nos podemos esquecer que o mesmo acontece com o exemplo errado. O bem e o mal são igualmente contagiantes, ainda que o bem seja incrivelmente mais luminoso. A perversidade humana não tem fronteiras nem prazos, mas a bondade também não.
Fonte: Laurinda Alves,OBSR