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sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Tomara Que A Gente Não Desista De Ser Quem É ...

 
“Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que reconheçamos o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades. Que friagem nenhuma seja capaz de perturbar o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos magoados, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.”       (AJ)


quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (244)

A epidemia do nosso tempo não é de ansiedade, é de intolerância ao sofrimento. Não se trata apenas de um processo patológico, mas o reflexo de uma cultura que esqueceu que sentir também é viver.    (João Perestrelo, OBSR)

A ansiedade, um mecanismo concebido para nos proteger, se transforma em algo que nos aprisiona. A nossa mente, permanentemente em modo de alerta, passa a identificar como ameaças os próprios conteúdos internos — as emoções, sensações e pensamentos. E parece que quanto mais tentamos fugir destas experiências, mais se intensificam e nos roubam liberdade.

Um dos principais gatilhos da ansiedade é precisamente a ausência de segurança. A mente ansiosa cria realidades inteiras a partir de hipóteses e o corpo responde como se fossem factos reais.

Ao cultivar a capacidade de observar pensamentos e emoções sem lhes reagir automaticamente, começamos a desenvolver tolerância ao desconforto — uma competência cada vez mais rara, mas essencial e que me foi muito útil no processo pessoal de lidar com a ansiedade (sim, um psiquiatra também sofre).

Uma sociedade capaz de dialogar com o medo, de escutar o outro, de criar espaços de pausa e reflexão num mundo que vive em aceleração constante, será uma sociedade menos doente e e mais reconciliada com a vulnerabilidade que nos torna humanos.

Algo que nos exige uma mudança de paradigma: abandonar a ideia de que o bem-estar é a ausência de dor, reconhecendo que a instabilidade, o desconforto e o sofrimento são o par perfeito de uma vida plena.

Confiar? Apenas Na Minha Própria Sombra ...

Às vezes parece impossível encontrar alguém em quem realmente dá para confiar. É tanta gente enganando, mentindo, prejudicando os outros, tudo só para ter uma pequena vantagem, que muitas vezes nem é grande coisa, é só para ter o poder de superar alguém. Ainda tenho esperança de que existe gente boa no mundo, mas, enquanto ainda não tenho prova, prefiro confiar apenas na minha própria sombra.

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (243)

Chega e media: uma simbiose perfeita - Enquanto os meios de comunicação persistirem em tratar a política como um produto mediático e os populistas como actores de um drama rentável, a erosão do debate público continuará a aprofundar-se.    (Jorge Fernandes,OBSR)

A dinâmica actual, entre uns media em crescente agonia de receitas e de audiências, especialmente com a concorrência das redes sociais, e uma direita radical com necessidade de palco não oferece margem para dúvidas. Existe uma relação simbiótica entre estes dois actores que é benéfica e proveitosa para ambos. Os partidos de direita radical foram um bálsamo para televisões, cujo modelo de negócio já não assenta em notícias propriamente ditas, até porque fazer bom jornalismo é caro, mas em colocar comentadores e políticos em estúdio.

O jogo é simples. Os partidos de direita radical ganham cobertura mediática e legitimidade. As televisões produzem conteúdos com audiências que, mais tarde, fazem furor nas redes sociais. Aqui, não há inocentes. Sob a alçada de uma pretensa indignicação – com o Chega a queixar-se de ser atacado e as televisões a queixarem-se do comportamento inaceitável dos seus convidados – ambas as partes ganham. Todos nós, os moderados democratas, assim como a salubridade do debate político, perdemos.

Enquanto os meios de comunicação persistirem em tratar a política como um produto mediático e os populistas como actores de um drama rentável, a erosão do debate público continuará a aprofundar-se. E, nesse processo, quem verdadeiramente perde é a democracia.