sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (30)

O estatismo não é apenas um desastre económico, mas também social, destruindo as famílias e a coesão - moral, porque propaga e legitima a violência, e cultural, porque é igualitário.    (Philipp Bagus, OBSR)

A batalha cultural é a luta pelas melhores ideias e valores. Trata-se de difundir as ideias de liberdade e de rejeitar as ideias do estatismo. Na batalha cultural, a “equipa Liberdade” luta contra a “equipa Estado”. 

A cultura determina a estrutura com que interpretamos o mundo, e agimos com base nessa interpretação. Se se puder influenciar a estrutura interpretativa, pode-se influenciar indiretamente o comportamento das pessoas. Sendo esta estrutura interpretativa moldada por imagens, modelos, arte, história, narrativas, símbolos, tradições, ideias, valores e palavras.

Apenas um exemplo. Vê-se o mundo de forma completamente diferente quando se usa o termo “justiça social” ou, para uma mesma questão, quando se usa o termo “roubo”. Os estatistas foram muito bem-sucedidos na batalha cultural. Porque hoje, quando sob ameaça de violência o Estado rouba dinheiro a uns para o dar a outros, a maioria da população vê isso como “socialmente justo”. Instintos primitivos como a inveja, o ódio e o ressentimento tornam-se subitamente virtudes sob o pretexto da justiça social.

Quando a derrota do socialismo na esfera económica se tornou visível para todos após a queda do Muro de Berlim, a esquerda concentrou-se nas questões culturais. Daí a expressão “marxismo cultural”. Já não se concentra na exploração de trabalhadores pelos empregadores. Porque os trabalhadores não ficaram mais pobres, ao contrário do que Marx tinha previsto, mas tornaram-se cada vez mais prósperos.  

Os wokes e os marxistas culturais estão a tentar destruir as instituições nas quais os valores da sociedade burguesa (...) Porque aí são transmitidos valores como a diligência, a poupança, a disponibilidade para fazer sacrifícios, a responsabilidade, a amizade, a caridade, o amor à verdade e à justiça, à vida, à liberdade e à propriedade.

Quem reconheceu a importância da batalha cultural e a trava como ninguém é Javier Milei. Sublinha repetidamente que o estatismo não é apenas um desastre económico, mas também social, destruindo as famílias e a coesão; moral, porque propaga e legitima a violência; cultural, porque é igualitário; e esteticamente, porque produz blocos pré-fabricados. E como se não bastasse, é responsável por mais de 150 milhões de mortes. 

Depois de Javier Milei ter vencido na Argentina, poderia ter-se concentrado em consolidar o seu poder no país. Mas não. Porque não está interessado no poder, está interessado na causa, na liberdade, em todo o mundo.   (ler texto íntegral)

Flor-de-Lótus


No dia em que a flor de lótus desabrochou
A minha mente vagava, e eu não a percebi.
Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.
Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim.
Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro
De um perfume no vento sul.
Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade.
Pareceu-me ser o sopro ardente no verão,
procurando completar-se.
Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim
Que ela era minha, e que essa perfeita doçura
Tinha desabrochado no fundo do meu coração.

(Rabindranath Tagore)

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (29)

A corrupção está na burocracia: mais burocracia, mais corrupção, mais decisões viciadas, mais erros políticos e administrativos. Esta lei dos solos aboliu uma camada burocrática acima dos municípios.   (Margarida Mendes Penedo, ECO)

O Expresso, que antigamente era um jornal, publicou uma espécie de notícia sobre a alteração ao Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, a famosa “lei dos solos”.

A primeira coisa a perceber é que a alegada notícia do Expresso é enganadora. E demagógica. (...)

Os especialistas usaram estas informações deturpadas do Expresso (a que chamam “brutais”, mas deviam chamar manhosas) para se oporem à nova “lei dos solos”. Que alteração é esta? Em que consiste, principalmente, a nova “lei dos solos”? Ela permite converter solos rústicos em urbanos para construir habitação. 

De maneira que não é verdade, nada indica que a nova “lei dos solos” vá favorecer a corrupção. Pelo contrário. Tudo indica que ela vai reduzir a corrupção, sobretudo a grande corrupção.

A corrupção está na burocracia. Quanto mais burocracia, mais corrupção; e quanto mais corrupção, mais decisões viciadas, mais erros políticos e administrativos. A nova “lei dos solos” aboliu uma camada burocrática acima dos municípios. Quanto mais alta for a camada burocrática, mais altos são os valores envolvidos e mais alta é a corrupção. A grande corrupção está próxima do Estado central, a pequena e média corrupção está sobretudo junto às autarquias. 

Era bom que o Expresso e os especialistas transmitissem aos leitores esta verdade simples: o pior da corrupção não está no deslize de dinheiros imorais para o bolso dos políticos; está na quantidade e qualidade de erros que os poderes públicos impõem ao país em troca desses dinheiros. Sobretudo os poderes públicos protegidos pelo direito privado.

Aqueles Que Mais Entendem De Felicidade ...


E eu, que estou de bem com a vida, creio que aqueles que mais entendem 
de felicidade são as borboletas e as bolhas de sabão e
 tudo que entre os homens se lhes assemelhem.

(Friedrich Nietzsche)

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde

Estas São As Frases (2)

Costa foi-se embora e deixou uma verdadeira bomba-relógio para quem lhe sucedesse. A situação é muito delicada e arrisca-se a ajudar o Chega, o partido que percebeu que a imigração é um filão político.  (Jorge Fernandes, OBSR)

Semana após semana, vai ficando cada vez mais claro, para quem ainda tivesse quaisquer dúvidas, que o consulado de António Costa em São Bento representou uma oportunidade perdida para o país – numa fase de juros historicamente baixos, de crescimento económico na Europa e no qual a ordem mundial ainda estava, relativamente, estabilizada, mais uma vez, o Partido Socialista esteve no poder e não fez as reformas indispensáveis.

Trump faz parte do grupo de pessoas que acredita que se alguém ganha, outrem não pode, necessariamente, ganhar. Não há situações win-win e para os EUA ganharem, alguém terá de perder. Seja quem for. Para Trump não há aliados. Pode, no máximo, haver parceiros. Neste contexto, tem ameaçado os (antigos?) aliados com a imposição de tarifas às importações. (Jorge Paulo Soares, ECO)

As ameaças parecem uma qualquer licitação numa fraca feira de velharias e os valores transpiram a inclinação da política proposta. Ao mesmo tempo que ameaça o México e o Canadá com tarifas de 25% (primeiro e terceiro maiores parceiros comerciais, respetivamente), à China fala em 10%. A Europa ainda aguarda a sua sina.

Enquanto o país se distrai com o burlesco de malas desviadas, promessas de pancada no Parlamento, ou (mais umas) incoerências do BE ou do PS, a realidade e a necessidade de recordar compromissos internacionais batem-nos à porta, exigindo que cumpramos os 2% do PIB em gastos na Defesa. 
 (Aline Hall de Beuvink, DN))


O primeiro-ministro afirmou que há um entrave nesse compromisso: o equilíbrio financeiro. Parece que temos dois países a viver esquizofrenicamente e de forma concomitante: os miúdos divertem-se com a Revista à Portuguesa das peripécias de alguns deputados, enquanto os adultos da sala levam as mãos à cabeça, a ver como pagam as contas.

Inteligência, Dá-me O Nome Exacto Das Coisas

Inteligência, dá-me
o nome exacto das coisas!
... Minha palavra seja
a própria coisa,
criada por minha alma novamente.

Que por mim cheguem todos
os que não as conhecem, às coisas;
que por mim cheguem todos,
os que já as esquecem, às coisas;
que por mim cheguem todos
os próprios que as amam, às coisas...
Inteligência, dá-me
o nome exacto, e teu,
e seu, e meu, das coisas.

(Juan Ramón Jiménez, em "Eternidades")
Tradução de José Bento

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (28)

O líder socialista, em termos de imigração, começa por reproduzir a vulgata da esquerda imperfeita para acabar por afirmar uma posição que não é dele nem é dos socialistas. Começa com a realidade de uma não posição para acabar com a ficção de uma posição não socialista. O comité de socialistas dramáticos e profissionais da indignação fazem dramas e indignam-se em estúdios de televisão. Sobre o país nada, sobre o partido tudo. Uma linha clássica no drama queirosiano que é Portugal.              (Carlos Marques de Almeida, ECO)
 
O briefing ao líder socialista aproxima-se do puro oportunismo, aproxima-se do consenso mais à direita, ignora a perspectiva do sofrimento dos imigrantes, contempla a linha do horizonte, sonda o seu futuro como líder e do fundo superficial da sua alma política atira-se à nação.

Lembro-me Do Passado


 Lembro-me do passado, não com melancolia ou saudade, mas com a sabedoria 
da maturidade que me faz projetar no presente aquilo que, sendo belo, 
não se perdeu.

(Lya Luft)

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde