sábado, 5 de abril de 2025

A Frase (88)

O "Dia da Libertação" de Trump destruiu a ordem comercial vigente e a imagem dos EUA no mundo.  (André Veríssimo, ECO)

O Dia da Libertação” de Trump trouxe um aumento das taxas aduaneiras ainda maior do que o esperado, destruindo os fundamentos sobre os quais tem assentado o comércio internacional global. 
 
A administração Trump pode imaginar uma nova “era de ouro” para os EUA, marcada por um renascimento industrial. O impacto pode, na verdade, ser um regresso às trevas. A revista The Economist escreve que Trump cometeu o “mais profundo, prejudicial e desnecessário erro económico da era moderna”. Histórico, de facto. (...)

Deve a União Europeia retaliar?

A retaliação deve ser bem medida. A imposição de novas tarifas irá encarecer os bens importados dos EUA, incluindo os que são usados para fabricar outros produtos, castigando as empresas. Seja porque parte desse custo é internalizado nas margens, seja porque têm de vender mais caro e, por isso, vendem menos. (...)

A UE enfrenta outra ameaça: com o mercado americano “bloqueado”, os países mais afetados pelas tarifas vão procurar vender os seus produtos aos perto de 450 milhões de consumidores dos 27. “A Europa prepara-se para uma invasão de produtos chineses após as tarifas de Trump“, diz um título desta sexta-feira de manhã do Financial Times.

O dilema está entre preservar a economia ou enviar um sinal político forte. (...)

Até a China de Xi Jinping parece agora mais recomendável para cultivar relações estreitas. Da Europa à Ásia, já se ensaiam reaproximações.

Os EUA não se libertaram, fecharam-se sobre si mesmos. Os países ainda presos à hegemonia americana farão por se libertar das amarras, seja no comércio ou na defesa.

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