Há avanços nessa área e matar bactérias com antibióticos poderá não ser a melhor solução.
Séculos e séculos a matar bactérias com antibióticos e vários pontos de interrogação surgiram nos últimos anos. Há cientistas que acreditam que abordagens mais subtis poderão funcionar no tratamento de doenças e insistem nos testes em ratos de laboratório.
Um artigo publicado na revista Nature dá nota de uma pesquisa de um grupo de investigadores liderado por Sebastian Winter, do Centro Médico Southwestern da Universidade do Texas, que conseguiu reverter a doença inflamatória do intestino em ratinhos com sais de tungstênio que, provavelmente, terão alterado a composição da flora microbiana.
Em vez de uma explosão de antibióticos, um tratamento mais delicado para eliminar o que faz mal. Não com golpes violentos, mas sim com pancadas mais suaves.
Está a funcionar com ratos, não se sabe se resultará com pessoas, mas abre-se caminho a novas possibilidades e sugere-se uma outra forma de intervenção farmacológica. Os resultados demonstram que nem todas as bactérias são más e que a flora microbiana que vive no corpo humano é muito importante para a saúde.
«Intervenções terapêuticas baseadas na “edição”, ou seja, na correção subtil da composição bacteriana da microbiota são abordagens muito promissoras para tratar algumas doenças», diz à NM Salomé Gomes, investigadora na área de microbiologia e professora do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), no Porto.
O estudo publicado na Nature, e citado pela Atlantic, é, de certa forma, inovador uma vez que, segundo Salomé Gomes, «intervém modulando a atividade metabólica de algumas das bactérias (sem as matar diretamente, limita a sua proliferação em determinadas condições ambientais), o que tem consequências na composição global da microbiota».
Sem comentários:
Enviar um comentário