segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Avareza

Um homem com algumas dificuldades nos seus negócio fez uma promessa ao Divino: se os problemas se resolvessem a bem, venderia a sua casa e entregaria o dinheiro ao templo, para os pobres. Semanas depois, a sua situação económica melhorou. Então, pôs uma placa na porta da sua casa que dizia assim:«Vende-se casa com gato incluído.» Pessoas interessadas em adquirir a casa perguntaram o preço.
- A casa custa cinco moedas e o gato dez mil, mas não se vende separadamente - respondeu o proprietário.
Vendeu a casa pelo valor exigido e, depois, foi ao templo e depositou cinco moedas para os pobres.

Até com o Absoluto tentamos negociar, e tornamo-nos jogadores oportunistas e batoteiros, guiados pela avareza. Assim se perde o governo da própria mente, dirigindo toda a energia para o apego e a avidez. Perde-se até a própria humanidade e o coração torna-se tão avarento que nada o pode comover. Então, tornamo-nos duendes vorazes encarnados num corpo humano, mas sem humanidade.
Enquanto a avareza desmesurada que nasce da mente e impregna o mundo não parar, não haverá senão agitação e conflitos, que produzem aflição permanente, nunca tranquilidade nem compaixão.

Ramiro Calle

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