A norte do Parque do Bonfim em Setúbal, a Ermida, inicialmente da invocação do Anjo da Guarda, passou, mais tarde a ter por orago Jesus Cristo sob invocação do Senhor do Bonfim.É uma construção do século XVII, de uma só nave, de paredes revestidas com azulejos da época Joanina, representando cenas do Antigo e Novo Testamento, e boa talha dourada da segunda metade do século XVIII no altar-mor.
A imagem de Cristo Crucificado, segundo a tradição, foi encontrado por uma mulher, entre pedaços de madeira que vieram ter à praia provenientes de algum navio naufragado. Segundo outra versão mais credível, a imagem foi esculpida por um ermita da Arrábida -O Solitário -que João Bérnard da Costa admitiu poder ser Pedro Villasboas, o santeiro de Paio Pires, que acusado de envolvimento no atentado contra D.João IV se terá refugiado nas matas da Arrábida.
Desde muito cedo o Senhor do Bonfim foi alvo de grande devoção e «convocava» antigamente inumeráveis romeiros de diversas e distintas terras, e ainda hoje convoca ,mas em menor número.
Essa grande devoção levou um capitão-de-mar-e-guerra - Teodósio Rodrigues Faria -, ao ser nomeado para o Brasil, a encomendar uma imagem semelhante à da nossa Ermida que levou para S.Salvador da Baía em 1745, e mandou colocar na Capela da Nossa Senhora da Penha de França de Apagipe de Baixo. No entanto, como a afluência dos fiéis era cada vez maior, organizou uma irmandade que construiu uma igreja própria no alto do Bonfim,em 1754, e que constitui o mais famoso de todos os santuários populares do Brasil.
Fonte: Monografia S. Julião
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