
Nas estatísticas, Lisboa recebe por ano entre 4,5 e 6 milhões de turistas, tem um ratio de 9 turistas por cada residente e exibe uma densidade de 300 turistas/km2.
A última vez que Lisboa conheceu um tão grande afluxo de gente foi em 1940, quando os judeus da Europa encontraram na cidade o último portão aberto do imenso campo de concentração do Continente. Estima-se que entre 1940 e 1941 cerca de 100.000 pessoas conseguiram chegar ao purgatório pacífico garantido pela neutralidade portuguesa na II Guerra Mundial. Nesses dias varridos da memória nacional, a Baixa repleta de gente era o centro cosmopolita da cidade, com os cafés cheios em que língua mais falada era o alemão e o eléctrico 28 subia para a zona da Estrela alimentado pela energia eléctrica do polaco que se falava a bordo. Encalhado no extremo da Europa, Saint-Exupéry referia-se a Lisboa como um “paraíso claro e triste” que “sorria com um sorriso um pouco pálido”. A Guerra acabou, tudo passou, nada ficou.
(Excertos do artigo de Carlos Marques Almeida, ECO)
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