sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Células Imunológicas Apontadas Como Responsáveis Por Doenças Neurodegenerativas São, Na Verdade, Máquinas De Limpeza E Proteção Do Sistema Nervoso

Células microgliais (verde) acumulam-se e proliferam
(vermelho) ao redor de uma placa de amiloide beta
(azul) 
[Imagem: Universidade de Southampton]
Células imunológicas frequentemente apontadas como responsáveis pela doença de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas são, na verdade, máquinas de limpeza de precisão que protegem o sistema nervoso central.
A descoberta adiciona novas nuances e mais complexidade ao nosso entendimento das células imunes conhecidas como microglia - a microglia já foi apontada como alvo para combater sintomas do Alzheimer.
"O que estamos descobrindo agora é que, em momentos muito precisos, sejam eles na doença ou em lesões, a microglia faz um bocado de coisas. É importante conhecer o papel e a função dessas células especialmente em relação à busca por terapias humanas," disse o professor Geoffrey Norris, da Universidade da Virginia (EUA).
Os novos dados revelam que uma lesão do sistema nervoso central ativa a microglia e as células respondem com precisão notável. "Parece que as microglias são muito receptivas ao trabalho," disse Norris. "Assim, ao invés de serem boas ou ruins, o que estamos basicamente vendo é que elas estão fazendo o que precisam fazer."

Papel da microglia - para o bem e para o mal

O investigador comparou as células a uma equipe de construção derrubando um prédio danificado: "Se você tem um prédio em ruínas depois de um incêndio, geralmente leva o prédio embora, certo? Coloca em caminhões e leva-o embora. Isso é o que a microglia está fazendo com esses destroços."
Mas a pesquisa não descarta a possibilidade de que a microglia possa ser muito agressiva nesse trabalho de remoção de detritos, ou talvez algo possa dar errado durante a remoção e contribuir para a doença.
Para continuar a analogia da casa, talvez a equipe de demolição esteja derrubando uma casa levemente danificada, em vez de simplesmente consertá-la. "Se a atividade da microglia é prejudicial ou não é algo que está apenas começando a ser compreendido," disse Norris.
Dependendo da progressão de uma doença, como Alzheimer ou Parkinson, "pode ser que a microglia já tenha feito muito trabalho e você precisaria de outra abordagem," acrescentou Norris.

Fonte:DS

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