Ao dar ordens a Tiago Brandão Rodrigues para voltar ao diálogo com os professores, Costa dera um sinal de recuo.Ao dizer o que disse ao Público, Mário Centeno mostrou claramente que não está disponível para recuar.
Vamos ver como evolui este braço-de-ferro.
Para já, em teoria, três casos se podem dar:
1. António Costa arranja uma maneira de substituir o ministro das Finanças;
2. António Costa cede;
3. Mário Centeno volta atrás;
A última hipótese parece-me inverosímil: por razões internas e externas, o ministro das Finanças não vai recuar nesta matéria.
A primeira hipótese – a substituição de Centeno nesta altura – também me parece implausível.
Assim, julgo que António Costa – embora contrariado – irá fazer um número que já fez noutras ocasiões: alhear-se do problema, fingir que não é nada com ele, mostrar que a decisão não foi sua.
É assim que Costa age nos momentos difíceis: quando é para dar boas notícias (como aconteceu no caso das companhias de teatro), chama o assunto a si; quando é para dar notícias más, ou assumir responsabilidades, deixa o odioso para os outros (como sucedeu com o próprio Centeno no imbróglio da CGD, ou com Constança Urbano de Sousa no caso dos incêndios).
Neste tema das carreiras, Mário Centeno vai ficar como o mau da fita.
António Costa chegará às eleições como se não tivesse nada que ver com o assunto – e até poderá fazer elogios à classe dos professores, louvar a sua dedicação e falar da importância do seu contributo para o progresso do país.
E – já agora – fazer promessas de aumentos para a próxima legislatura, tentando segurar o seu voto.
E depois logo se vê. (ler artigo completo)
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