segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Férias

Gozar férias tem de significar romper com essa artificial sensação de urgência, quebrar rotinas ou, simplesmente, descansar. Apesar de mal-afamadas, entre os que apenas conhecem a sofreguidão destravada do trabalho que explora os mais pobres, as férias são conquista de homens livres. Descansar é um verbo divino. E o maior elogio das férias e do descanso é invocar o seu divino inventor. É do livro do Génesis (Gn 2, 2-3) que "Deus repousou ao sétimo dia de todo o trabalho realizado. Abençoou-o e santificou-o, visto ter sido nesse dia que descansou de toda a obra da criação". Importa, pois, descansarmos. Para os crentes, como Deus manda. Para esses e para os outros, investigadores de uma universidade finlandesa quiseram apurar o número mínimo de dias de descanso que deveríamos tirar. Acompanharam 54 trabalhadores, de diferentes atividades e em períodos diferentes de férias. E concluíram que só ao oitavo dia é que verdadeiramente começamos a repousar.

Afonso Camões, JN

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