Cientistas anunciaram um avanço no desenvolvimento de embriões humanos em laboratório que colocou a comunidade académica de sobreaviso.
Neste caso, avanço tem duplo sentido, porque houve de facto um desenvolvimento científico, mas também o trabalho "avança" até o limite do que é considerado legal em termos de manipulação de embriões humanos em laboratório.
E, como era de se esperar, a parcela da comunidade científica que lida directamente na área já está a pedir que esse limite seja ampliado, o que levanta sérias questões no campo da bioética.
De embrião a indivíduo
Uma equipe do Reino Unido e dos Estados Unidos conseguiu pela primeira vez fazer com que um embrião humano se desenvolvesse em laboratório, fora do útero de uma mãe, por 13 dias - a equipe garante que o experimento foi interrompido antes de ser atingido o limite legal de 14 dias.
O limite de 14 dias foi estabelecido porque, a partir desse ponto, o embrião torna-se um "indivíduo", já que não é mais possível que ele forme um gémeo.
O tempo alcançado é praticamente o dobro do que havia sido conseguido antes. Técnicas de reprodução assistida exigem o "cultivo" do embrião, mas ele é mantido apenas até a implantação no útero.
A equipe afirma ter encontrado uma forma de imitar quimicamente o ambiente do útero para que o embrião continuasse a se desenvolver. Não se sabe até que ponto o desenvolvimento normal prosseguiria, já que ele foi destruído.
Além disso, à medida que se desenvolve, o embrião passa a exigir um conjunto de condições e nutrientes complexo demais e ainda desconhecido, o que leva a crer que, se mantido por mais tempo, ele não prosseguirá a rota normal de desenvolvimento, apresentará deformidades e morrerá.
Os cientistas aguardam que o trabalho de laboratório mostre novos detalhes do desenvolvimento humano, quando as células começarem a organizarem-se para formar um corpo e que isto possa eventualmente ajudar na melhoria das terapias de reprodução assistida.(DS)
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