É evidente que a transparência é fundamental e que os conflitos de interesse devem ser acautelados. A fiscalização é, depois, fundamental. Mas fomos longe demais. Estamos na terra de ninguém. (André Macedo, JEconómico)
Um mundo de extremos: nos Estados Unidos, Trump tem empresas e até lançou uma criptomoeda; em Portugal, Luís Montenegro (a família) tem uma empresa de consultoria, o que fez o país fervilhar com a possibilidade de o primeiro-ministro ter de demitir-se porque ficou a saber-se que recebia uma avença de 4500 euros de uma destas empresas, um casino, e que naturalmente mais avenças há.
O que estas notícias demonstram é que jamais um empresário poderá liderar um governo em Portugal. Passar a empresa à mulher não chega — e na verdade, não chega mesmo, tendo em conta o regime de partilha de bens do casal Montenegro.
Obviamente, o grau de insensatez deste radicalismo (o de exigirmos políticos geneticamente puros) deve deixar-nos aterrados. Este grau de limitação é excessivo e afunila brutalmente a base de recrutamento. O país fica apenas autorizado a eleger políticos de carreira, académicos, cientistas, trabalhadores por conta de outrem — jamais empresários, o que não faz qualquer sentido.
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