terça-feira, 11 de março de 2025

Saiba Como Vai Este País

  • A suspensão política nos próximos meses e a incerteza sobre o resultado eleitoral e a governação podem ter impactos económicos relevantes. Mas todos parecem esquecer o que está subjacente à crise.

Como diz o presidente da CIP em entrevista ao ECO, as eleições vão servir para mandar Montenegro para casa ou para lhe dar a autoridade perdida. “Creio que [o primeiro-ministro] foi temerário, mas creio que a sua integridade enquanto gestor da coisa pública não está em causa.  

Dito de outra maneira, se cometeu algum ato de corrupção, de peculato, objetivamente não temos dados neste momento que nos permitam dizer que cometeu… Então, se não cometeu, a alternativa não é um ‘nim’, é sim ou não. Cometeu algum ilícito ou não cometeu. Se cometeu, é uma conclusão, se não cometeu, [é] outra, mas pode vir a cometer. Bom, então já entramos dentro de uma esfera que é a política”. É isto.

No primeiro ano em funções, o Governo merecia um 65% (em 100%). Áreas a correrem particularmente bem, uma, especificamente, particularmente mal, e outras ainda à procura do seu caminho. Vinha aí uma remodelação por causa das autárquicas, por exemplo, o ministro Pedro Duarte a caminho das eleições para o Porto, e a oportunidade de um segundo fôlego a olhar para legislativas a seguir às presidências, lá para meados de 2026. Hoje, Montenegro merece um 35%.

Os portugueses, em eleições, vão dar-lhe quanto?   (excertos do texto de António Costa, ECO)
  • Todas as dúvidas e inquietações que surgem quando um primeiro-ministro fica sob suspeita deviam ter resposta célere, além do combate político que está sempre subjugado a um viés que é o calendário eleitoral. A resposta sobre se Luís Montenegro agiu dentro das regras ou não, se cometeu irregularidades ou ilegalidades, devia poder ser dada por uma entidade competente para o efeito, num prazo razoável que impedisse que todo um Governo e um projeto para o país, em que mais portugueses acreditaram há menos de um ano, fosse transformado num mero jogo político. Mas sabemos que, apesar de o combate à corrupção ter sido uma bandeira do Executivo, esse organismo não existe.
A Entidade para a Transparência é um mero depósito de registo de interesses dos titulares de cargos públicos; o Mecanismo Nacional Anticorrupção criado há dois anos é ainda um fantasma. Resta o Ministério Público, que pode investigar suspeitas de prática de crimes.      (Valentino Marcelino, DN)

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