sábado, 15 de fevereiro de 2020

Os Lisboetas Não Podem Entrar na ZONA , Então A ZONA É A Ilha Da Fantasia

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Novos velhos espaços são Zonas Livres de Lisboetas, Zonas que figuram nas páginas do imobiliário do “Financial Times” e “The Economist”, oferecendo Vistos Gold e apartamentos a um milhão de euros. Perfeito, é o progresso, é o segredo mais bem guardado da Europa, é o Sol e a segurança que não existe no Norte de África depois da Primavera Árabe e que desvia o Turismo para este porto azul na curva do Atlântico. Os Lisboetas perderam-se na névoa da Cidade, perderam-se na sirene dos navios, passam pela Baixa como estrangeiros, passam pela Baixa como ilhas humanas desprendidas do Rio – os Lisboetas são um barco supérfluo à superfície de tudo.

Carlos Marques de Almeida, ECO

Se os Lisboetas não podem entrar na Zona, então a Zona é a Ilha da Fantasia em que aportam os grandes Navios de Cruzeiro – um único Navio de Cruzeiro é o equivalente ambiental à circulação de 20 mil automóveis. Se os Lisboetas têm horários de empregados nocturnos, então a Zona é um Recinto de Recreio dos hóspedes dos Hotéis que deambulam a futilidade trágica da afluência concretizada em selfies exóticas tiradas num País tristonho que disfarça as olheiras mal dormidas de uma prostituta que não existe à luz do dia. O Presidente da Câmara deveria ter a imaginação dos corvos imponentes no símbolo da Cidade.

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