domingo, 2 de fevereiro de 2020

A Paisagem Que Se Desenhou Entre A Bruma Do Tejo

Manuel Falcão, Negócios
Com as novas lideranças do PSD e CDS, a verdade é que o PS pode dormir descansado - basta-lhe gerir as alianças orçamentais com os dissidentes ilhéus do PSD Madeira e os desejos do Bloco de Esquerda, sempre permeável a uma negociaçãozita. 

No caso do CDS, a vitória de Francisco Rodrigues dos Santos é o comprimido de que Rui Rio precisava para poder dormir descansado. À direita não haverá unidade, o CDS tornou-se personna non grata para o PSD. Na ânsia de se demarcar dos sociais-democratas, o CDS iniciou um caminho que o pode levar a ficar com o Chega como único protagonista possível de um acordo político-autárquico, por exemplo. 

A situação proporciona ainda um outro cenário a António Costa - o de, no futuro, se necessário, escolher entre dar guarida governamental ao PSD ou ao Bloco, dependendo do momento e dos interesses em jogo. 

No meio da crise da direita, o PS conseguiu tornar-se na charneira do regime e agora pode comandar o barco pela trajectória que lhe aprouver. Fará cedências, claro, dependendo de quem escolher para o noivado. 

Na realidade, no início deste novo ano separaram-se as águas da política nacional e afirmou-se uma nova realidade: há uma direita que está órfã, não se revê nas lideranças actuais, há toda uma base de eleitores do PSD que perdeu referências e não se revê em Rio nem em nenhuma das suas alternativas à direita. Provavelmente as autárquicas vão ser o laboratório das coligações futuras e, em Belém, Marcelo espreita com inquietação a paisagem que se desenhou entre a bruma do Tejo.(ler aqui o texto completo)

Sem comentários: