Vivemos tempos de resistência. E se há bem maior pelo qual a resistência vale a pena, é a Vida. Saibamos estar à altura destes tempos e assumir o nosso papel na construção de uma sociedade humanista.
A poucos dias do debate dos diversos projetos de lei sobre a Eutanásia, fica clara a imposição de um modelo de funcionamento da sociedade, fica evidente o caminho destruidor de valores e de premissas estruturantes para a vida em comunidade, torna-se inegável o fascínio de certa esquerda por um experimentalismo social. A esquerda legisla, por vezes com a conivência dos que se tentam passar por “partidos de centro” ou de “direita”, ao arrepio do comum bom senso, que numa matéria de vida ou morte exigiria maior cautela, exigiria maior ponderação, mas no mínimo exigiria que duas condições fossem cumpridas: que o Parlamento aguardasse pelos diversos pareceres solicitados sobre a matéria em questão, permitindo um alargado e completo debate sobre a despenalização da morte assistida e que aos cidadãos fosse permitida a possibilidade de se pronunciarem sobre esta questão, utilizando a figura do referendo como mecanismo de auscultação dos Portugueses.
Pelos vistos, estes pareceres são um “acessório” para todos aqueles que se julgam acima da lei, acima dos que julgam representar. Legislam, de forma desenfreada, isto depois de na última legislatura (há menos de dois anos), quatro projetos de lei sobre a mesma matéria terem sido rejeitados na Assembleia da República. Sob a égide de uma atitude calculista, observam e verificam a possibilidade da legislação obter o crivo da maioria parlamentar, depois de um período eleitoral marcadamente omisso sobre esta temática. Os ditos representantes julgam-se proprietários da livre vontade dos Portugueses e têm uma visão perniciosa do mandato parlamentar, após eleitos, consideram-se “donos da Democracia”, “iluminados” que sobre tudo decidem, sem questionar se os caminhos que trilham são contrários à vontade expressa da maioria ou violam princípios fundamentais da Constituição.
O ímpeto ideológico e totalitarista da esquerda assume, neste cenário (e com a honrosa exceção do PCP), proporções inaceitáveis, ignorando estudos sobre a aplicabilidade da mesma legislação em outros países, bem como premissas constitucionais fundacionais da nossa Democracia, como por exemplo, o artigo 24º que determina, de forma expressa, que “a vida humana é inviolável”, logo alvo da defesa intransigente do Estado.(continuara ler)
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