O projecto ZER – Zona de Emissões Reduzidas Avenida Baixa Chiado é mais um passo da Câmara Municipal da Lisboa (CML) para a transformação da capital num parque temático.
A mesma CML, que vai vencendo eleições por conta da já famosa promessa de casas de renda acessível na cidade, é a mesma que expulsa a população residente no centro transformando a área num parque de diversões, exclusivo para turistas e estrangeiros residentes com visto gold.
Mais uma vez, o presidente, Fernando Medina, voltou a usar uma técnica de apresentar a proposta do ZER ao público através da comunicação social, poucos meses antes da implementação prevista das medidas, sem primeiro as comunicar à vereação.
E no que consiste o ZER? É uma Zona de Emissões Reduzidas onde circulam apenas veículos autorizados e prometem-nos melhores condições de circulação, estacionamento para residentes, sendo que prometem reduzir o tráfego de atravessamento, melhorar o espaço público na zona histórica da cidade e promover o comércio local. Será mesmo assim?
Quando vamos consultar a informação disponível do projecto saltam logo à vista verdadeiros atentados à vida dos moradores nas zonas históricas. Para começar, só serão admitidos veículos eléctricos. Ora, que alternativas tem um cidadão sem condições económicas para adquirir um? E o que dizer da medida pidesca que limita cada morador à permissão da entrada até ao máximo de dez visitas por mês, obrigando a fornecer as matrículas às entidades?
Mas não é aqui que se esgotam as contradições e absurdos. A proposta promete reduzir em 40% os carros no centro e as emissões, mas foi o mesmo executivo que tudo fez para transformar Lisboa numa Veneza de segunda categoria, a cidade europeia que mais navios de cruzeiro recebeu em 2017.
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