segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Flagrante Conflito De Interesses


Mas, Não Se Passa Nada.

Mário Centeno prepara-se para ser governador do Banco de Portugal, como se fosse normal, como se não houvesse um flagrante conflito de interesses, que põe em causa a independência do supervisor.

António Costa, ECO

Agora que o Orçamento do Estado para 2020 foi aprovado no Parlamento — falta agora a promulgação do Presidente da República para entrar em vigor –, a discussão é sobre o futuro de Mário Centeno e a cada dia que passa a sua saída mais parece o segredo mais mal guardado do mundo. Estranho é que todos, incluindo Rui Rio, aceitem como normal a sua nomeação para governador do Banco de Portugal. Qual independência, qual conflito de interesses?

Mário Centeno ficará na galeria dos ministros das Finanças com o cumprimento do objetivo de excedente orçamental, eventualmente até já em 2019, é um economista que vem do Banco de Portugal e chegou a presidente do Eurogrupo. Tem, portanto, curriculum para ser governador, talvez até o mais bem preparado de todos os potenciais candidatos. Não é, por isso, por falta de habilitações, não são as suas competências que estão em causa, nem sequer o seu perfil para o lugar. O que está em causa é outra coisa, é a credibilidade e independência das instituições.

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