Pesquisar neste blogue

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Inabilidade De Cavaco No Caso BPN

... Com a acusação de que o BPN tem um problema de "administração"- Mas foi uma crítica injusta? Não -Mas foi mal feita. 

À semelhança, aliás, de muitos erros que Cavaco comete quando pressionado (o seu "staff" ainda não percebeu que o Presidente tem pouco jogo de cintura?). 

Vejamos: a gestão do BPN é passível de muitas críticas. A principal diz respeito ao apuramento do "buraco" do banco: dois anos depois da nacionalização, o país não sabe quando vai custar o "bail-out". É aceitável? Não. De todo.

Pese embora a dificuldade em apurar a toxicidade de muitos activos, a administração (e o Governo) já têm uma noção do custo do "bail-out". Mas usa mil e uma desculpas para chutar o problema para a frente. Era neste ponto que Cavaco Silva devia ter centrado as críticas: ao fim de dois anos, o contribuinte não sabe quanto vai pagar pela tragédia BPN (aí sim, há uma grande diferenca entre Portugal e Inglaterra). Se o tivesse feito, teria justamente puxado as orelhas à gestão do banco e ao Governo (que esconde o problema com receio da opinião pública e para não agravar o défice orçamental).

Ao criticar desastradamente, Cavaco criou três problemas: aumentou as dúvidas sobre a segurança do banco; deixou passar a ideia de estar a poupar a ruinosa gestão anterior, deixa aproveitada pelo Governo ; e criou as condições para o Governo desviar as atenções do verdadeiro problema. Nomeadamente dos 500 milhões que tem de lá meter, da incapacidade para vender o BPN e do custo do "bail-out" para o contribuinte. Em suma, um desastre.

Fonte: Camilo Lourenço, Jornal de Negócios

Esta É A Frase

Talvez fosse tempo [É tempo] de os partidos de poder (PS e PSD) se deixarem de calculismos cínicos. Têm de ser revitalizadas as condições de democracia interna, e os tempos não vão de feição nesse domínio. Mas é chegada a hora de devolver nobreza à política, e isso talvez seja a grande reforma que falta e que não se faz de forma teleguiada.

Eduardo Dâmaso,CM

O Ano Novo É Uma Reactualização

O Ano Novo é uma reactualização da cosmologia, implica uma reposição do Tempo no seu começo, quer dizer a restauração do tempo primordial, do Tempo «puro», aquele que existia no momento da criação.

É por essa razão que, por ocasião do Ano Novo, se procede a «purificações» e à expulsão dos demónios ou simplesmente de um bode expiatório. Porque não se trata somente da cessação efectiva de um certo intervalo temporal e do início de um outro intervalo ( como imagina por exemplo o homem moderno) - mas também da abolição do ano passado e do Tempo decorrido. Tal é, aliás, o sentido das purificações rituais: uma combustão, uma anulação das faltas do indivíduo e da comunidade no seu conjunto.

Mircea Eliade