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sábado, 23 de maio de 2020

O Que Nós Vemos Das Coisas São As Coisas


O que nós vemos das coisas são as coisas.
Porque veríamos nós uma coisa se houvesse outra?
Porque é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir?

O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê,
Nem ver quando se pensa.

Mas isso (triste de nós que trazemos a alma vestida!),
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
E uma sequestração na liberdade daquele convento
De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas
E as flores as penitentes convictas de um só dia,
Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
Nem as flores senão flores,
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.

Alberto Caeiro

Notícias Ao Fim Da Tarde

Alicia Alonso Vista Pelo Fotógrafo Paco Bou Um Século De Prodigiosa Dança












Prosseguindo o lançamento das grandes edições inseridas no seu 35º aniversário, chega agora a vez do Centro Português de Serigrafia lançar a 26 de Maio, mais uma excecional edição, o grande Álbum de Homenagem aos 100 anos do nascimento da inesquecível bailarina cubana Alicia Alonso (1920-2019) vista pelo fotógrafo também cubano Paco Bou
A tiragem das fotografias é limitada a apenas 35 exemplares, o que acrescenta valor a esta histórica edição comemorativa.

Covid-19: Situação Hoje Sábado

30.471 confirmados (+271) 
1.302 vítimas mortais (+13)
308.584 casos suspeitos 
2.308 aguardam resultados das análises laboratoriais 
275.805 casos não confirmados após as análises 
26.130 encontram-se sob vigilância das autoridades de saúde.
550 internados 
80 estão em Unidades e Cuidados Intensivos (UCI) 
7.705 casos recuperados em Portugal (+ 115) 

Atualmente existem 16.664 casos registados no Norte, 3.676 no Centro, 9.292 em Lisboa, 361 no Algarve, 135 casos na Região Autónoma dos Açores, 90 na Região Autónoma da Madeira e 253 casos no Alentejo.
Do total de 1.302 mortes, 732 foram no Norte, 230 no Centro, 309 em Lisboa e Vale do Tejo, 15 no Algarve, 15 nos Açores, uma no Alentejo, não se registando nenhuma na Madeira.

A Política Portuguesa Desafia A Gravidade

Belém e São Bento têm um entendimento da acção política como um drama estático em que as ideias, ideologias e afins, se perspectivam como bens absolutos independentes da ordem material e da sequência histórica. Mais importante do que a Democracia, para a qual não pode existir valores políticos universalmente absolutos, exclusivos, para Belém e São Bento os valores políticos são a visão ambígua de uma sensibilidade descentrada pelo caleidoscópio de um nacionalismo eurocêntrico e pela vertigem sonâmbula do poder. Esta união política tem um preço que se cobra com o dedo em risque na forma de uma sentença contra todos os democratas defensores da diferença e do debate político.

Em Portugal a Direita está assim, sem plano, sem pronúncia, talvez no luxo de uma deriva perigosa que haverá de acabar no inferno de uma ilha deserta.

O líder do PSD não está infectado pelas ideias políticas, não tem qualquer posição de relevo ou influência política, não perspectiva uma ocupação próxima como inquilino de São Bento, nem esbanja os sentimentos primários da espécie no reino profundo das Autarquias. Belém é o que resta da Direita democrática. Só que a Direita democrática não sabe como retirar dividendos políticos da “Magistratura de Influência” do Presidente da República. Pelo contrário, o Presidente da República parece ter origem num outro partido que não o PSD, um partido que concilia em termos de identidade política a social-democracia com a democracia-cristã, mais um certo catolicismo social à esquerda que tanto seduz e encanta o Primeiro-Ministro. Nesta equação política, o PSD, liberal, social, agnóstico, não tem lugar, não tem função nem ministério, limita-se a ser a personagem que descobre o cadáver no arbusto, chama as autoridades e recolhe-se rapidamente no jantar político mais próximo denunciando a falta de segurança e os instintos selvagens dos Portugueses.

A política em Portugal desafia a gravidade, tal como os pássaros no azul político do céu. Como escreve William Shakespeare em Hamlet, existe uma previdência especial até na queda de um pássaro. Se é agora, não vai ser depois; se não for depois, será agora; se não for agora será a qualquer hora. Estar preparado é tudo. Que os Portugueses estejam preparados.

(Excertos do texto de Carlos Marques de Almeida no ECO)

Existência

O ser humano tem naturalmente a necessidade de entregar a sua existência a um ideal. A vida é para 
ser dada. Esta ânsia humana por algo maior que si próprio é tão natural como ter fome ou frio.
Somos um ser insatisfeito, imperfeito, que busca sempre a felicidade e a regra do bem e do mal. Para a esmagadora maioria, há milénios que esse desejo se realiza na religião. A procura do sentido último
supõe uma resposta. A perplexidade da humanidade supõe a existência da divindade.
(César das Neves)