Pesquisar neste blogue

sábado, 14 de maio de 2016

Bioética: O Avanço Da Cultura De Embriões Humanos Em Laboratório Reacende Debate Ético

Cientistas anunciaram um avanço no desenvolvimento de embriões humanos em laboratório que colocou a comunidade académica de sobreaviso.
Neste caso, avanço tem duplo sentido, porque houve de facto um desenvolvimento científico, mas também o trabalho "avança" até o limite do que é considerado legal em termos de manipulação de embriões humanos em laboratório.
E, como era de se esperar, a parcela da comunidade científica que lida directamente na área já está a pedir que esse limite seja ampliado, o que levanta sérias questões no campo da bioética.
De embrião a indivíduo

O avanço na cultura de embriões humanos em laboratório reacendeu o debate ético sobre a duração desses experimentos, de acordo com a revista Nature. [Imagem: Alessia Deglincerti/Gist Croft/Ali H. Brivanlou]
Uma equipe do Reino Unido e dos Estados Unidos conseguiu pela primeira vez fazer com que um embrião humano se desenvolvesse em laboratório, fora do útero de uma mãe, por 13 dias - a equipe garante que o experimento foi interrompido antes de ser atingido o limite legal de 14 dias.
O limite de 14 dias foi estabelecido porque, a partir desse ponto, o embrião torna-se um "indivíduo", já que não é mais possível que ele forme um gémeo.
O tempo alcançado é praticamente o dobro do que havia sido conseguido antes. Técnicas de reprodução assistida exigem o "cultivo" do embrião, mas ele é mantido apenas até a implantação no útero.
A equipe afirma ter encontrado uma forma de imitar quimicamente o ambiente do útero para que o embrião continuasse a se desenvolver. Não se sabe até que ponto o desenvolvimento normal prosseguiria, já que ele foi destruído.
Além disso, à medida que se desenvolve, o embrião passa a exigir um conjunto de condições e nutrientes complexo demais e ainda desconhecido, o que leva a crer que, se mantido por mais tempo, ele não prosseguirá a rota normal de desenvolvimento, apresentará deformidades e morrerá.
Os cientistas aguardam que o trabalho de laboratório  mostre novos detalhes do desenvolvimento humano, quando as células começarem a organizarem-se para formar um corpo e que isto possa eventualmente ajudar na melhoria das terapias de reprodução assistida.(DS)

Já Estivemos Mais Longe De Usar Chips No Corpo Como Os Cães

O estado arroga-se, principalmente no fisco, a utilização de processos absolutamente invasivos da privacidade, sem ninguém mexer uma palha, enquanto, como todos sabemos, não vê os offshores que lhe passam à frente.

Quem tiver acesso a um portal das finanças e consulte as facturas lá registadas, pode saber tudo sobre a vida de qualquer cidadão, muito para além da luta contra a evasão fiscal. Por que razão mesmo medidas timoratas como as que foram propostas de passar factura sem identificar os produtos, mas apenas a sua categoria para efeitos fiscais (em vez do livro A ou B, a indicação de Produto categoria A), não foram aceites?  O que há hoje no Portugal democrático mais próximo de um estado totalitário é o comportamento da Autoridade Tributária, mas, como a cultura de privacidade nunca foi muito forte entre nós, tudo se consente ao estado em nome de uma suposta eficácia e necessidade.

Se somarmos a isso, todos os devices electrónicos que aceitamos usar quando clicamos na “aceitação das condições” e que implicam a criação de perfis comercializáveis, indicações de localização, por aí adiante, a que se somam as câmaras de vigilância em locais públicos, os contadores electrónicos de consumo que permitem a cada momento saber se está alguém em casa, ou não, a lista é infindável e muito preocupante.

Já estivemos mais longe de usar chips no corpo como os cães.

Excertos do artigo de José Pacheco Pereira, hoje no Público 

Julgamento ...

Nós julgamo-nos pelo que nos propomos a fazer, os outros julgam-nos por aquilo que fazemos.


Longfellow