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terça-feira, 10 de maio de 2016

Esta É A Frase ...

Benditos péssimos livros de José Rodrigues dos Santos. Os seus romances podem dar mau nome às letras portuguesas, mas pelo menos fizeram dele um homem rico, um homem que não precisa do emprego na RTP, ou seja, um homem livre. E é isso, e só isso, que os adeptos de Telejornais domesticados têm tanta dificuldade em engolir.

João Manuel Tavares, 'Tiro a José Rodrigues dos Santos' Público.

Otelo, 40 Anos Depois, Cumpriu A Missão ...

O diálogo entre Otelo Saraiva de Carvalho e Olof Palme não ficou completamente datado no ano em que supostamente aconteceu. 

"O que quer Portugal com esta Revolução?", perguntou o carismático líder da social-democracia europeia da década de 1970, a Otelo. Porque era enorme a curiosidade que estava instalada em toda a Europa sobre o curso do nosso país após o derrube da ditadura pelo golpe militar de 1974. 

Otelo estava, a convite oficial, em visita à Suécia. O capitão de Abril não tinha papas na língua, terá respondido qualquer coisa assim: "Queremos acabar com os ricos." Interessante, reagiu o então primeiro-ministro sueco, "nós andamos a tentar acabar com os pobres há 20 anos e não conseguimos".

Esta conversa continua actual por dois motivos, nenhum deles é bom. O primeiro é que, quatro décadas depois, os portugueses continuam mais empenhados em procurar a justa medida da repartição de sacrifícios, sem conseguir perceber por que motivos não consegue gerar mais riqueza. Aliás, foram os poucos ricos que a democracia, subsidiada com uns fundos europeus, foi gerando desde a adesão que simplesmente desapareceram.

Otelo, 40 anos depois, cumpriu a missão: os ricos tornaram-se entretanto em endividados, estão clandestinos ou foram constituídos arguidos. 

O maior paradoxo deste desastre nem é o colapso do BES ou a implosão da PT, ou o desaparecimento da bolsa, ou a brasileirização da Cimpor, ou o controlo chinês do setor elétrico. A coisa mais difícil de explicar, no país estruturalmente mais débil da zona euro, foi ver Portugal cair no terceiro resgate da sua democracia com capacidade instalada a mais: bancos a mais, imobiliário a mais, construção a mais.

Demasiada coisa a mais para uma economia de menos. Como os pobres de Olof e os ricos de Otelo.

Excertos do artigo de Sérgio Figueiredo, 'Pobres que somos', hoje, no DN 

Sem A Cultura E A Liberdade Relativa Que Ela Pressupõe ...


Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe,  a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva.
É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro.

Albert Camus