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sábado, 20 de outubro de 2012

O Muro De Berlim Não Caiu Em 1989 Para Ser Reerguido Na Bacia Do Mediterrâneo ...

... Quem o afirma é o politólogo alemão  Claus Leggewie  que põe o pé no travão e reclama: o futuro da União está nos países do Sul, tão «desrespeitosamente baptizados» como PIGS (porcos, em inglês). Portugal, Itália, Grécia e Espanha (Spain), olhados como «maus alunos, fontes de ameaças e candidatos à saída da União» são, afinal, essenciais para manter os alicerces desta Europa unificada, defende Claus Leggewie num artigo de opinião publicado no «Financial Times Deutschland».

E, diz mais:
«o Muro de Berlim não caiu em 1989 para ser reerguido na bacia do Mediterrâneo».


«Com ou sem a cumplicidade da França, a Alemanha não pode continuar a fazer o papel de potência hegemónica no seio da União».

O caminho deve ser, antes, o alternativo: «Uma união flexível de cooperações transfronteiras, que, ao lado dos parlamentos e das estruturas da sociedade civil, sejam capazes de fazer frente ao super-Estado implantado em Bruxelas e de conferir legitimidade democrática às decisões supranacionais». (ler aqui artigo completo)

Em Que Trai O Homem, Sendo Especialista, A Sua Verdadeira Missão De Homem?

Creio que em vários pontos.

Um deles seria, por exemplo, no que respeita à fraternidade humana. Impedido pela especialização, pela compartimentação do saber, pelo emprego até de uma linguagem que se torna incompreensível para quem não andar exactamente pelos mesmos caminhos, de estabelecer relações com os outros em plano verdadeiramente elevado, o especialista tende ao ideal de uma civilização em que cada minhoca fosse paciente e forçadamente cavando a sua galeria, e daí em grande parte a sua reacção quase instintiva contra o político; daí a facilidade com que colabora em guerras e, dentro das guerras, em engenhos cada vez mais mortíferos e mais bárbaros, com a desculpa fácil de que a guerra é talvez fatal, talvez da natureza humana, e lhe não compete a ele senão olhar a sua retorta ou apertar o seu parafuso; daí o até agradecer, embora com um certo jeito de quem consente em extravagâncias, que a própria arte, que lhe poderia dar a chave das portas que o fecham, se tenha também tornado uma questão de especialistas.

E só vem a ter alguma ideia do que seja fraternidade quando bebe, quando joga, ou quando, numa Humanidade em filas e às escuras, olha no cinema, através da mais simples das artes, homens não especialistas cumprindo, bem ou mal, a sua natureza humana.

Agostinho da Silva