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sábado, 26 de julho de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Guerra Entre O Hamas, E Os Seus Aliados, E O Estado De Israel, E Os Seus Aliados

Em Gaza está em curso uma guerra entre o Hamas, e seus aliados, e o Estado de Israel, e seus aliados.

O povo palestiniano não é tido nem achado nessa guerra - nem sequer escolhe o seu governo, portanto, nem essa responsabilidade tem, ao contrário do povo de Israel - é apenas uma vítima indefesa da guerra entre os dois beligerantes que referi.

Essa guerra não nasceu a 7 de Outubro de 2023, no sentido em que havia um ataque constante a Israel com rockets e afins, e no sentido de que o 7 de Outubro foi apenas mais um episódio de uma guerra larvar há dezenas de anos, que aqui e ali emerge em episódios de guerra activa, como o que agora está em curso.

O episódio de guerra activa e total em curso é desencadeado pelo Hamas, que se recusa a baixar armas e libertar os seus reféns.

É uma guerra atípica e assimétrica porque se desenrola entre um Estado de direito, democrático, com liberdade de opinião e escrutínio do governo pela imprensa, e um grupo armado que não respeita nenhuma das convenções da guerra, começando pela convenção base: o uso de uniforme pelos combatentes, para os distinguir dos civis.

É também moralmente assimétrica porque o Estado de Israel usa os seus combatentes para proteger os seus civis e os seus recursos para investir na capacidade de defender os seus civis e o Hamas usa os seus civis para proteger os seus combatentes, usando os seus recursos para aumentar a sua capacidade de destruir o Estado de Israel.

Controlar a ajuda externa, em Gaza, é controlar o poder (via Ana Cristina Leonardo: "Mais voici ce qu'ils ne diront pas : à Gaza, celui qui contrôle la nourriture contrôle la population. C'est pourquoi le débat sur la distribution de nourriture est plus qu'une question humanitaire : c'est aussi une question politique et militaire."), como se demonstra pelo esforço do Hamas em destruir o sistema alternativo de ajuda humanitária desenvolvidos pelos EUA e Israel, a Gaza Humanitarian Foundation, que ontem distribuiu mais um milhão e trezentas mil refeições, num total de 92 milhões, desde que começou a operar em Maio.

Por isso, quando Israel acusou a ONU de se recusar a distribuir quase mil camiões de ajuda alimentar e, mais que isso, recusar a ajuda da GHF para o fazer, eu tive dificuldade em acreditar.

Por isso procurei, como procuro sempre que uma história me parece mal contada (a vida tem-me ensinado que quando uma história parece mal contada, geralmente é porque está mesmo mal contada), fontes primárias de informação.

Encontrei uma conferência de imprensa do porta-voz do Secretário Geral da ONU com a resposta oficial para a acusação feita.
Em quase vinte anos de governo do Hamas, a fome ou a sua ausência foram sempre arma de guerra, como acontece desde sempre na guerra.

Quando o Hamas toma o poder, pela força, em Gaza, a população não chegava ao milhão e meio de pessoas e é hoje um pouco mais de dois milhões, dificilmente se poderá argumentar que a fome campeava em Gaza, mas a esmagadora maioria dos recursos existentes não dependem da economia local, mas da ajuda externa (quer a que era canalizada por via da ONU, quer os muitos doadores que existem). (...)
 
(Aqui texto completo de henrique pereira dos santos, Corta-fitas)

A Frase (178)

 Crescemos uma média de 1,5% na última década, quando o conjunto dos países africanos triplicou esse ritmo. Se queremos crescer, é para lá que temos de olhar.

A Europa está numa encruzilhada, para onde se tem lentamente arrastado. Não é tão dinâmica como os Estados Unidos e a China, é incapaz de impor a sua vontade no palco geoestratégico e mostra-se perdida no caminho a seguir, enquanto todos os outros já correm. E não será de um pacto como o que a lenda atribui a Robert Johnson, ou que Goethe engendrou para o seu Fausto, que virá solução.

África é um exemplo da desatenção europeia, porque os principais blocos comerciais têm feito apostas e tomado posição e procurado fazer parte do processo de desenvolvimento do continente, enquanto a Europa retrocede. Veja-se o que acontece à França no Sahel. (...)

(Ricardo Santos Ferreira, J Económico)

Razões


Nesse espaço onde alojamos nossas vidas
Circulam desejos em vestes coloridas.
Tal eu, tal você, no cheiro da pele
Na busca de unir sensações divididas.

Somos dois, somos um, somos só o momento
Em esperas, nos sonhos, na busca insípida,
Tentar unindo tantos sentimentos,
Formar uma história, com peças partidas.

E tingindo o ar, dissolvendo aquarelas,
Criamos razões e cada uma delas,
Desfilam despidas, de forma singela
Expondo-se ao crivo, sobre a passarela...

(JRUnder)