Nos anos 70, o Estado social europeu era um modelo consolidado. Não havia muito que inventar ou pensar. Apenas aplicá-lo em Portugal, o que requereu da parte Soares, de Sá Carneiro e de outros muita coragem política. Houve combate político sério, mas os políticos dos anos 70 não andavam perdidos. A ordem mundial estava estabelecida há muito e a escolha reduziu-se ao lado barricada em que ficávamos. (...)
Hoje não é assim, com o mundo a sofrer uma tremenda alteração no seu equilíbrio. Em última instância, a UE pode desagregar-se ou caminhar para um estado federal. Qualquer destas duas possibilidades, apesar de extremas, são possíveis. Se a opção federal se impuser, qual será a nossa mais-valia que distinga Portugal na Europa e no mundo? Se a UE se desintegrar, onde e como é que nos vamos posicionar? Se tudo se mantiver igual, como é que podemos contribuir para que a presente instabilidade seja ultrapassada? Perante qualquer dos cenários é indispensável que ponhamos mãos à obra e pensemos o que queremos para o futuro, como gastaríamos que Portugal fosse nos próximos anos.

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