domingo, 18 de setembro de 2011

Os Caminhos Tortuosos

Os caminhos tortuosos pelos quais passamos levam-nos a conviver com a dor, com a decepção, com a dificuldade, com o desafio, com a presença sufocante das lembranças, com o martírio constante das incertezas.
Designamos parte de nossas forças na arte de esquecermos tudo o que passamos.
Entramos em vielas estreitas, perdidos nos subúrbios de nossas vontades.
Perdemos a oportunidade de pular obstáculos, para que possamos contorná-los e seguirmos em frente. Fazemos da luz objectivo de chegada ao invés de usarmos para iluminar a estrada.
Damos voltas, andamos em círculos em busca do caminho mais curto, deixamos de lado as lembranças de momentos difíceis em que passamos ao invés de carregarmos connosco como aprendizado.
Enchemos nossa bagagem de sustentação para nosso corpo físico e esquecemo-nos de nossas emoções. Queixamo-nos dos erros que os outros cometem connosco, mas cometemos os mesmos erros outrora. Tentamos reviver o passado glorioso e feliz em que tivemos, como se o passado se manifestasse da mesma forma no presente.
Não buscamos novas sensações, estamos presos o tempo todo na fórmula em que pensamos que seja a correta, não arriscamos, não nos projectamos, não sonhamos, desejamos.
Somos imperfeitos, muito imperfeitos, mas mesmo assim, mesmo usando constantemente as nossas imperfeições, e caminhando nesse caminho tão estreito para alguns e tão largo para outros, mesmo na escuridão ou na incessante luz que cega nossos olhos, mesmo tropeçando, eis o melhor e mais digno caminho em que vivemos.


Guilherme Santos

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