sexta-feira, 27 de junho de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Reforma Do Estado É O Alfa E O Ómega Desta Legislatura

Como fica demonstrado pela catástrofe no Humberto Delgado, muitas vezes os nossos problemas estão na administração pública e não no governo.

As máquinas estão inoperacionais, o servidor que junta a informação não serve para a função (foi preciso encomendar um novo) e entretanto quem chega a Portugal é confrontado com a obrigação de passar pelos guichês da PSP, compreensivelmente sem agentes suficientes. Não há dúvida: a responsabilidade é do SSI. Não é da ANA, que tem de gerir um aeroporto esgotado (obrigado, António Costa pelo hábito de empurrar os assuntos com a barriga).

 E a responsabilidade também não é do Governo, que foi apanhado em cheio pela incúria do Serviço de Segurança Interna.

Os governos têm certamente responsabilidades em diferentes áreas e isso deve ser-lhes cobrado, mas este hábito nacional de fazermos dos ministros os responsáveis por tudo-tudo é um jogo de soma nula. Como fica demonstrado pela catástrofe no Humberto Delgado, muitas vezes os nossos problemas estão na administração pública e não no governo. A falta de investimento justifica parte dos erros, sim, mas não é certamente o caso das máquinas para leitura de passaportes, e há muitas outras situações assim: sobra a impreparação e até a incompetência.

A reforma do Estado é, por isso, o alfa e o ómega desta legislatura. É preciso gerir melhor, ter mais competência e até pagar melhor. Quando a oposição se põe ao berros contra um ministro – ontem foi a da Saúde – confirma a falta de vontade de mudar a forma de fazer política. É tudo muito básico. A única coisa que interessa é o poder e a forma de o obter – o resto é supérfluo.  

(excertos do texto de André Macedo, JEconómico)

Passado Não É Cronologia


 O passado é um labirinto e estamos nele, um passado não tem cronologia senão para os outros, os que lhe são estranhos. Mas o nosso passado somos nós integrados nele ou ele em nós. Não há nele antes e depois, mas o mais perto e o mais longe. E o mais perto e o mais longe não se lê no calendário, mas dentro de nós.

                                                                        (Vergílio Ferreira)