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sábado, 2 de julho de 2022

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (138)

Só é possível imaginar que o primeiro-ministro aceite conviver com a traição e com um falso beato se ele próprio tem interesse nisso e percebe que tem responsabilidades nesta série desastrada de acontecimentos. A pusilanimidade do primeiro-ministro é tão grave quanto a deslealdade voraz do ministro.           (António Barreto, Público)

Os governantes pareciam ter tudo o que era necessário para vencer. Uma maioria parlamentar obtida com mérito, esforço, a sorte dos deuses e a fraqueza dos adversários. Um Presidente da República desejoso de colaborar. Capacidade para escolher os melhores ministros e outros dirigentes. Uma liberdade de movimentos rara na vida política. Uma coesão partidária pouco frequente, quanto mais não fosse por necessidade. O afastamento definitivo de Sócrates e a reabilitação ou o branqueamento de todos os seus mais íntimos colaboradores. Uma oposição de direita insuficiente, trapalhona e dividida. Uma oposição de esquerda agonizante, sem escrúpulos, ácida e em vias de extinção. Uma sociedade civil fraca, expectante, pronta a colaborar e à espera de receber benefícios. Uma população cansada de dois anos de pandemia e, por isso mesmo, disposta a recomeçar a viver. Prestígio nos círculos europeus e internacionais. Fundos europeus em montantes nunca vistos antes e como nunca mais se voltará a ver. Sinais evidentes de retoma do turismo, sector absolutamente indispensável para a economia nacional. (continuar a ler)

Solidão


Estás todo em ti, mar, e, todavia,
como sem ti estás, que solitário,
que distante, sempre, de ti mesmo!

Aberto em mil feridas, cada instante,
qual minha fronte,
tuas ondas, como os meus pensamentos,
vão e vêm, vão e vêm,
beijando-se, afastando-se,
num eterno conhecer-se,
mar, e desconhecer-se.

És tu e não o sabes,
pulsa-te o coração e não o sente...
Que plenitude de solidão, mar solitário!

(Juan Ramón Jiménez)