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quinta-feira, 16 de maio de 2019
Joe Berardo E As Medalhas
«Para quem não fez uma reflexão séria sobre o que aconteceu em Portugal desde o Banco Português de Negócios até à implosão do BES, é catártico ir ali a correr tirar a comendazinha ao ainda comendador Berardo. Não custa, não dói e no momento é popular. Discutir o resto – o sistema que produziu um Berardo – corre o risco de ser traumático para boa parte da classe política. Mas é a única discussão que interessa.»Ana Sá Lopes, Público
Por muito bem que Joe Berardo funcione como encarnação do mal, como já escreveu neste lugar David Pontes, o problema não é Berardo. Há um sistema e Berardo serviu-se dele, com a total complacência do poder político.
Se entrarmos numa de retirada de condecorações, a lista é longa, como lembrou na quarta-feira Rui Rio. A Armando Vara foi recentemente retirada a comenda, um processo automático porque foi condenado a prisão efectiva. Zeinal Bava, o imensamente festejado super-gestor que depois fez desaparecer a PT – e não se lembrava de nada numa recente comissão de inquérito – continua, ao que se sabe, comendador. É acusado de vários crimes no processo Marquês.
Os Justos
Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do Sul jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez não lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de certo canto.
O que acarinha um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo.
Jorge Luis Borges
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