- “Primeira Pessoa”. “A TAP está fortemente prejudicada. Carrega às costas um problema político”
- Pingo Doce recua na intenção de abrir às 6h30 aos fins de semana
- Portugueses vão construir sete centrais solares em Angola. Investimento supera 500 milhões
- “Primeira Pessoa”. “Dinheiro do OE para a economia e empresas não é suficiente para salvar a economia nem as empresas”
- Brexit poderá custar a Portugal 433 milhões de euros em exportações por ano, estima Cosec
- Conselho das Finanças Públicas teme aumento “massivo do desemprego”
- Silêncio de Marcelo sobre acordo entre Chega e PSD criticado por Ana Gomes
- Chega avança judicialmente contra Costa por ter dito que partido era xenófobo e racista
- Campanha de Trump pede dinheiro a apoiantes para lutar contra "fraude" eleitoral, mas fundos podem ser usados para outros fins
- Tancos. Marcelo soube pela Procuradora-Geral da encenação da PJM meses antes das detenções
- Relação de Lisboa recusa incidente de suspeição contra Carlos Alexandre por fundamentos "fantasiosos"
- CFP alerta para "sinais de insegurança" na "nossa dívida". Consolidação (não austeridade) deve avançar logo que seja possível
- Há agora 191 concelhos com restrições mais apertadas. Veja se o seu está na lista
Pesquisar neste blogue
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
Notícias Ao Fim Da Tarde (act.)
Covid-19: Situação Em Portugal Hoje Quinta-feira
- 198.011 casos confirmados ( +5.839 face ao dia anterior)
- 3.181 vítimas mortais (+ 78 vítimas mortais nas últimas 24 horas)
- 2.794 internados (+9)
- 383 estão em Unidades de Cuidados Intensivos (- 8)
- 113.689 casos recuperados (+3.336)
- 2.794 internados (+9)
- 383 estão em Unidades de Cuidados Intensivos (- oito)
- 113.689 casos recuperados (+ 3.336 do que os registados ontem)
- 89.675 pessoas em vigilância (+568 do que no dia de ontem)
- 81.141 casos ativos (+ 2.425 do que o verificado ontem)
- 97.624 casos registados no Norte (mais 3.567)
- 18.508 no Centro (mais 749)
- 73.281 em Lisboa e Vale do Tejo (mais 1.345)
- 3.715 no Algarve (mais 77)
- 542 casos na Região Autónoma dos Açores (mais 29)
- 600 na Região Autónoma da Madeira (mais 16)
- 3.741 casos no Alentejo (mais 56).
- 1.459 registam-se no Norte (mais 45)
- 395 no Centro (mais seis)
- 1.206 em Lisboa e Vale do Tejo (mais 25)
- 31 no Algarve
- 15 nos Açores
- 73 no Alentejo (mais dois)
- 2 na Madeira.
Os Amigos Dos Tiranos
O ministro Augusto Santos Silva sabe perfeitamente que o PS garantiu “algum apoio parlamentar” encostando-se “a quem gosta de ditadores e tiranos” – ou, pelo menos, a quem não os critica.
O PS sobe por vezes tão alto na propaganda da sua superioridade moral que arrisca a estatelar-se com estrondo. Esta quarta-feira aconteceu. Quando o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, diz no Parlamento que não pertence a um partido “encostado a quem gosta de ditadores e tiranos para efeitos apenas de garantir algum apoio governamental”, tolerou dois tipos de reacções: as que se preocupam com a sua falta de memória; e as que se indignam com o seu malabarismo. Seja qual for a origem da gaffe, premeditada ou acidental, é óbvio que, para censurar o Chega e os partidos que deram a mão a Ventura na “caranguejola” açoriana, não é preciso passar o pano pelo radicalismo do Bloco e, principalmente, pela velha amizade do PCP com certos tiranos. Da mesma forma, para deplorar a normalização da extrema-direita não faz sentido branquear a faceta da extrema-esquerda que pouco tem que ver com a democracia liberal.
Cedamos ao relativismo para assumir que é menos grave apoiar um ditador ignóbil como Nicolás Maduro do que defender medidas penais da idade das cavernas como a castração química de pedófilos. Ou notar que é menos perigoso para a democracia portuguesa poupar uma relíquia estalinista em Pyongyang do que defender medidas discriminatórias contra uma etnia no Alentejo. Mas, mesmo estando de acordo com este ponto de partida, o ministro Augusto Santos Silva sabe perfeitamente que o PS garantiu “algum apoio parlamentar” encostando-se “a quem gosta de ditadores e tiranos” – ou, pelo menos, a quem não os critica. Não o Bloco de Esquerda, que, apesar de ser mais contundente a criticar Jair Bolsonaro do que Nicolás Maduro, é inequívoco na condenação dos ditadores; mas sim o PCP, que tem uma longa tradição de condescender com os tiranos em Angola, na Venezuela, em Cuba ou na Coreia do Norte.
O ministro acabou por dar razão à ambiguidade que tende a desculpar o acordo com o Chega com o acordo da “geringonça”. Insista-se: sendo todos os extremismos um risco, hoje o comunismo é uma relíquia inofensiva, o radicalismo do Bloco uma esquerda “gourmet” cada vez mais seduzida pela social-democracia. O que é de facto perigoso é a vaga da extrema-direita que assola a Europa e que tanto cativa André Ventura. Mas até por isso há que ter cuidado com as palavras e não pretender que só há amigos de tiranos e ditadores no Chega. Não tendo esse cuidado, Santos Silva dá armas ao adversário. Entrar na lógica de que o “nosso” extremista é melhor do que o extremista dos outros é meio caminho andado para que todos sejam iguais.
Editorial do Público, Manuel Carvalho


