sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (193)



A agitação vivida à volta da temática ESG não decorre da sua absoluta novidade. A concretização de alterações com a publicação de nova regulamentação torna evidente que a evolução do ESG irá alterar, de forma muito significativa, o modo de operar e reportar das empresas em todo o mundo.    (Carla Neves Faria, ECO)

O ano de 2024 fica indubitavelmente marcado pela evolução do ESG. Este será o primeiro ano em que a actividade das empresas abrangidas pela da Diretiva UE 2022/2464 do Parlamento Europeu e do Conselho, também conhecida como a Diretiva de Reporte Corporativo de sustentabilidade ou CSRD – as Grandes Entidades de Interesse Público – será objecto da obrigação de apresentação de Relatórios Não Financeiros (NFRD).

Estas serão as primeiras a fazer a transição para os requisitos da CSRD, isto é, para a apresentar o Relatório Não Financeiro em 2025 sobre o ano fiscal de 2024.

É também o ano da publicação, no passado dia 5, da Diretiva da Diretiva UE 2024/1760 do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa à Governação Empresarial Sustentável, vulgarmente conhecida por Corporate Sustainability Due Dilligence Directive – CSDDD.

Ambas permitem compreender que as mudanças no mundo empresarial estão prestes a tornarem-se uma realidade inegável.

No que respeita à primeira Diretiva, a CSRD, entre outras questões, determina que as Grandes Entidades de Interesse Público – que já estão sujeitas à Diretiva de Relatórios Não Financeiros (NFRD) – sejam as primeiras a fazer a transição para os requisitos da CSRD, isto é, para a apresentar o Relatório Não Financeiro em 2025, relativo à actividade do ano fiscal de 2024.

Esta obrigação de reporte será gradualmente alargada a outras empresas até 2029, permitindo que as demais empresas tenham tempo adequado para se preparar para os novos requisitos deste relatório não financeiro, cuja qualidade e exigência deverá ser igual à do relatório financeiro. (...)

Nota: (ESG) São indicadores ambientais, sociais e de governação corporativa, criados para medir o grau de compromisso das organizações relativamente aos objetivos do desenvolvimento sustentável.

Originários da sigla inglesa ESG (Environmental, Social and Governance), que em Portugal traduzimos para ‘Ambiente, Social e Governação’, surgiram no quadro dos objetivos estratégicos associados à Agenda 2030 e aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e foram adotados como critérios para a avaliação do desempenho das empresas e instituições em matéria de sustentabilidade, no quadro europeu das finanças sustentáveis.

A Fama Constituía-se Em Tempo Lento


A fama (por boas ou más razões) constituía-se em tempo lento. O relógio era o que é hoje, mas decorria em perceção lenta e de mudança longa. Exigia, a fama (por boas ou más razões) um reconhecimento social duradouro. Não existia a fama por ‘um minuto de feliz acaso’. Essa diferença (o reconhecimento pelo maior número) construía-se em anos de persistência em lugar ou papel de exceção. Tudo mudou.

A extraordinária (e dimensão) da evolução (revolução) nas comunicações, na tecnologia das comunicações, o instante da imagem face à palavra (de expressão literata e a exigir compreensão da língua materna) tudo mudou. Da rádio, à box Tv, da internet ao smartphone, compactou o tempo e iludiu o espaço. Ocorreu a globalização competitiva.

O meu bairro, a minha rua, é, agora, o mundo na palma da mão. A atitude é instantânea e, subitamente, é global. Um gesto correto num feliz instante torna me sujeito de fama. De sucesso (bom ou mau).

A alimentação também é instantânea. Do café ao puré.

A fama (processo de diferenciação face ao universo dos outros e motivo de reconhecimento pelos outros) que, no passado, se afirmava em construção lenta e granítica, hoje é construída em instante feliz e passa ao desconhecimento em instante seguinte.

Um conceito novo afirma se no mundo: o telefone, no limite, também faz chamadas. Mas é sobretudo Instagram, Facebook ou Twitter. Quase tudo se passa ali (em fama global).

Distinta é a fama, o reconhecimento, num nicho social. Na academia, na ciência, no reconhecimento entre pares do primeiro entre pares (fama que continua a ser de sólida construção).

Mas, atenção, hoje a fama é construída (e desfruta) no ecrã mínimo que se acolhe na sua palma de mão.

E, desaparece, também, com uma palmada.

(Carlos Lourenço Fernandes, RP)