sábado, 22 de junho de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (140)

A “confiança nas instituições” não é minada porque uma casta sem escrúpulos coloca o poder ao serviço dos seus excelsos interesses. Não, senhor. Ela só corre riscos se as trafulhices são divulgadas.  (Alberto Gonçalves, OBSR)
 
Imagine-se que a gravação é rápida e ilicitamente entregue aos media, que a difundem. Imagine-se o que aconteceria, logo de seguida, num país normal. E imagine-se o que aconteceria em Portugal. (...)

Num país normal, além da extraordinária repercussão na opinião pública, as forças de segurança tratariam imediatamente de deter o sujeito em questão, obrigá-lo a denunciar possíveis cúmplices e, claro, anular o plano, impedir o atentado e salvar as criancinhas. (...)

Em Portugal, semelhantes minudências passariam para segundo plano: a reacção prioritária seria encher os estúdios televisivos e as colunas dos jornais de comentadores com ambições políticas e políticos a fingir de comentadores, todos indignadíssimos com a fuga do segredo de justiça, o comportamento inaceitável do Ministério Público e a necessidade de, acima de tudo, resgatar o bom nome do candidato a bombista, entretanto arrastado pela lama. No que dependesse desses vultos da ética, as criancinhas não teriam hipótese.(...)

A “confiança nas instituições” só corre riscos se as trafulhices são divulgadas. A “ética” de que a casta fala não se aplica aos actos, e sim à ocultação, ou à revelação, dos ditos. Parece Kant, mas é “cant”, a palavra inglesa que significa o recurso insincero a sentimentos virtuosos, ou a pura hipocrisia. A palavra aplica-se com frequência ao linguajar do submundo.

 Por alguma razão que me escapa e que com certeza é de uma imaculada nobreza, essa rapaziada apenas defende pro bono os membros da casta. E acrescente-se que a defesa tem resultado: apesar das tenebrosas perseguições a cargo de juízes ressentidos e “insindicáveis”, a casta continua aí, resistente e heróica, a sofrer martírios enquanto espalha rigor, honestidade e valores democráticos com abundância. Imagine-se o que aconteceria se os juízes tivessem trela. Imagine-se o leite e o mel da democracia a transbordar. Imagine-se a Venezuela.

O Solstício De Verão


O solstício de verão é um festival que se realiza no dia mais longo do ano. É comemorado há séculos em todo o mundo.

As civilizações antigas da Ásia, Europa e América tinham o seu próprio entendimento do evento astronómico. Foram formados rituais para agradecer ao sol pelo seu serviço e pedir crescimento e prosperidade contínuos. Muitos desses rituais ainda são realizados em todo o mundo hoje.

A geometria de uma relação perfeita - antes da formulação de conceitos científicos e religiosos, já o Homem se fascinava com a relação dinâmica entre Sol e Terra, estabelecendo celebrações e erguendo monumentos para melhor perceber essa relação.

Solstício, um momento mágico?

No Hemisfério Norte, o solstício de verão, vulgo midsummer, é celebrado em diversos locais, especialmente nos países do norte da Europa, com particular destaque em Penzance, na região da Cornualha, e Stonehenge, no Reino Unido, aqui por ser o dia em que o Sol nasce com uma assombrosa exatidão sobre a pedra principal do insólito monumento neolítico.

Efectivamente, a história da humanidade é construída pela procura de entendimento dos fenómenos naturais que constituem o planeta Terra, tendo desde a antiguidade pululado lendas e misticismos a adornar o desconhecido ou pouco ententido. Não obstante, desde sempre foi percebida a imprescindível importância do calor e da luz oferecida pelo Sol, quer para a agricultura, quer até mesmo para o estado psico-emocional humano, razão pela qual os povos antigos acreditavam no fluir de energias especiais durante os solstícios, associado ao florir dos campos e colheitas.

E assim, em junho, abundavam os cultos à fertilidade, e as celebrações como reflexo cultural do período de maior vivacidade do ano. Povos como os Maias, Celtas, Egípcios e Romanos criaram rituais pagãos de homenagem à natureza, auspiciando prosperidade para os meses seguintes, com dias de festa, dança, música, alegria e abundância de comida, até que, em meados do século X, na Europa, a igreja decidiu cristianizar as celebrações, instituindo dias de homenagem aos Santos Populares a 13, 24 e 29, respetivamente, Santo António, São João e São Pedro, difundindo a conotação festiva da época.

A importância do Sol é indubitável! Data de 1500 a.C. o mais antigo relógio de sol, criado pelos Egípcios, um mecanismo para apurar a hora do dia, dimensionando à perceção de todos, a importância da luz no decorrer da vida. Refira-se que, desde 1990, com o solstício de verão, é celebrado o dia do relógio do sol, uma demarcada alusão ao astro-rei, cuja precisa localização, possibilita aqui, a existência de vida. (Solstício de Verão no hemisfério norte 21/06/2022 10h14 ) (O tempo)

“Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”

(Shakespeare)