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quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Notícias Ao Fim Da Tarde

Previsõs: Agrava-se O Défice Entre 2019 E 2020 E Afasta-se Do Objetivo De Médio Prazo

Nas contas do Governo, o saldo positivo (0,1%) que se previa já este ano desapareceu, passando a prever-se um défice estrutural de 0,3%. Já para 2020, o resultado será ainda pior, prevendo-se agora um défice estrutural de 0,5%, quando antes se previa um saldo positivo de 0,3%, ou seja, uma diferença de 0,8 pontos percentuais.

Sem novas medidas, os resultados apresentados violariam estas duas regras, tanto de reduzir o défice estrutural como da diferença mínima admitida entre o objetivo anual e o que o Governo se propõe a fazer.

Nestes casos, a Comissão Europeia envia uma carta ao país, como fez com Portugal em 2016, a exigir novas medidas ainda dentro da proposta de Orçamento, e começa negociações com o país sobre essas medidas e as novas metas. No limite pode fazer o que fez com Itália, rejeitando a proposta de Orçamento e pedindo ao Governo para apresentar uma nova versão que respeite as regras orçamentais do Tratado Orçamental. (continuar a ler)

PSD :A Estratégia Redutora

Víctor Reis, OBSR
As únicas coisas que a liderança do PSD tem para oferecer são o “recentramento” do partido e acordos de regime com o PS. Talvez sirvam para afugentar o rótulo de direita, mas não fazem uma alternativa.

Goste-se ou não, os resultados do PSD nas últimas eleições legislativas foram um desastre.
Mas estes resultados não são inesperados.

São o produto de uma estratégia, conscientemente conduzida por esta liderança do PSD, que iniciou o seu mandato a proclamar que o partido “não foi fundado para ser um clube de amigos” – como se alguma vez tivesse sido –, depois comparou o PSD a um “albergue espanhol” e termina agora dizendo que se parece com “uma gaiola de malucas”.

De forma recorrente, a liderança do PSD cultivou o atrito e o conflito interno a pontos de convidar os que “discordam estruturalmente” – vai-se lá saber o que isso é – a sair do PSD. E terminou a noite das eleições a desculpar-se com a situação interna.

Em vez de unir, dividiu. Em vez de mobilizar, afastou. Em vez de incentivar, desalentou.

Infelizmente, a inação no combate político foi uma constante.
Mas houve uma exceção: os pactos de regime celebrados com o PS.
Inseriram-se no discurso, profusamente repetido, que era necessário recentrar o PSD. Curiosamente, este discurso é feito pelos mesmos que no tempo da governação de Pedro Passos Coelho alimentaram a ideia que o PSD se tinha afastado da sua matriz social-democrata e tinha virado à direita.

Foi esta manobra que serviu primorosamente os interesses eleitorais do PS em 2015 e legitimou o argumentário de António Costa que tanto glosou a “viragem do PSD à direita”. Deliberadamente, confundiu-se a opinião pública fazendo crer que a política de austeridade ditada pela bancarrota, resultava de uma opção ideológica de viragem à direita. A confusão foi tão profícua que até desapareceram as referências aos “cortes” iniciados em 2010, com o descalabro da governação do PS.

Quando se revisita os quase dois anos de mandato desta liderança, percebe-se o contraste entre a oposição que fizeram à governação do PS e o frenesim que agora mostram por causa da disputa interna. Gastam hoje as energias que pouparam nos últimos dois anos.

(ler aqui artigo completo)