sábado, 5 de abril de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde

Não Há Nada Pior Do Que O Sectarismo Fanático Em Democracia

É possível pensar o pior dos tempos que vivemos. Há eleições a mais ou sem resultados que permitam viver melhor. Há hostilidade entre os partidos, mais do que seria normal em democracia. Assim como há dissensão dentro dos partidos, o que acaba sempre por ter maus resultados no país e na sociedade. Os adiamentos de grandes projectos e obras importantes, como a reserva de água, a florestação e a rede ferroviária, já custam muito caro e vão-se transformando em pesadelo. As grandes reformas, como as da Justiça e da Saúde, estão novamente adiadas, mais difíceis e mais caras. (...)

Se o número de eleitos afectos à causa pública e à democracia for suficiente para que se chegue a acordos e a projectos comuns, a objectivos parecidos e a um programa de futuro imediato capaz de evitar o desastre, então sim, vale a pena confiar. Trabalhar por isso e para isso. O que não exclui diferença e debate. Não há nada melhor do que um debate livre em democracia. Não há nada pior do que o sectarismo fanático em democracia. Assim, será possível. Ou não. Se todas estas eleições repetirem o que actualmente está nas cartas, a dissensão e a hostilidade, a fragmentação e a rivalidade marialva, então não, o progresso não será possível e os portugueses podem preparar-se para anos piores.  (...)

Ainda há meios disponíveis para acudir, como os financiamentos previstos e prometidos para Portugal. A economia portuguesa parece ter reagido melhor do que se receava, até agora. Ainda há um presidente pronto a colaborar. Há vários candidatos a Presidente com currículo e provas dadas. Apesar do chauvinismo existente dentro do PS e do PSD, há, nestes dois partidos, algumas pessoas com sensatez e uma visão realista. Não parece que as ameaças populistas, desordeiras e caóticas sejam já tão fortes e inevitáveis que nada as faça recuar ou desaparecer. (...)    ( Excertos do texto de António Barreto, Público via Jacarandá)   

A Frase (88)

O "Dia da Libertação" de Trump destruiu a ordem comercial vigente e a imagem dos EUA no mundo.  (André Veríssimo, ECO)

O Dia da Libertação” de Trump trouxe um aumento das taxas aduaneiras ainda maior do que o esperado, destruindo os fundamentos sobre os quais tem assentado o comércio internacional global. 
 
A administração Trump pode imaginar uma nova “era de ouro” para os EUA, marcada por um renascimento industrial. O impacto pode, na verdade, ser um regresso às trevas. A revista The Economist escreve que Trump cometeu o “mais profundo, prejudicial e desnecessário erro económico da era moderna”. Histórico, de facto. (...)

Deve a União Europeia retaliar?

A retaliação deve ser bem medida. A imposição de novas tarifas irá encarecer os bens importados dos EUA, incluindo os que são usados para fabricar outros produtos, castigando as empresas. Seja porque parte desse custo é internalizado nas margens, seja porque têm de vender mais caro e, por isso, vendem menos. (...)

A UE enfrenta outra ameaça: com o mercado americano “bloqueado”, os países mais afetados pelas tarifas vão procurar vender os seus produtos aos perto de 450 milhões de consumidores dos 27. “A Europa prepara-se para uma invasão de produtos chineses após as tarifas de Trump“, diz um título desta sexta-feira de manhã do Financial Times.

O dilema está entre preservar a economia ou enviar um sinal político forte. (...)

Até a China de Xi Jinping parece agora mais recomendável para cultivar relações estreitas. Da Europa à Ásia, já se ensaiam reaproximações.

Os EUA não se libertaram, fecharam-se sobre si mesmos. Os países ainda presos à hegemonia americana farão por se libertar das amarras, seja no comércio ou na defesa.

Sopro ...


Não tenhas medo...
É apenas o momento,
que chega...
E que vai...
Tal como tudo na vida,
esta é a constância,
onde tudo é chegada...
Onde tudo é partida...

(Freya)