segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (288)

A discussão política deixou de ser sobre ideologia, sobre divergências relativas a caminhos e projetos a seguir, tornou-se sobre a criação, construção e aplicação de uma narrativa ou contra narrativa.    (Manuel Pinho, OBSR)

Vivemos num mundo da pós-verdade. Raramente interessa aquilo que é, interessa aquilo que aparenta individualmente ser, a verdade e os factos tornaram-se extremamente pessoais e discutíveis, não dominados pela razão, mas pelas sensações e emoções.

A discussão política deixou de ser sobre ideologia, sobre divergências relativas a caminhos e projetos a seguir, e tornou-se sobre narrativas. Mais concretamente, sobre a criação, construção e aplicação de uma narrativa ou contra narrativa. A mentira é, por isso, uma das principais ferramentas na criação de narrativas, tornando-se essencialmente o problema das narrativas politicamente construídas. 

A narrativa nem sempre foi um perigo para a democracia, afinal, é necessário e natural existirem formas de narrar um acontecimento, de relatar e expor uma realidade. O problema é quando essa narrativa é construída sem bases materiais de verdade, de realidade, é basicamente como construir uma casa de cartas. E, muitas vezes, a cola que une essa “casa de cartas” é a mentira, a falsificação e distorção de factos e acontecimentos. Na transmissão da narrativa e na sua aceitação por um grupo grande de pessoas, apoiantes ou eleitores, as emoções e o aproveitamento do medo, dos desejos e ambições representa um papel muito importante. (texto na íntegra)

Ah, A Música


Quem terá deixado esquecida
esta música ouvida num canto de rua?
Ninguém de quem passa nela repara
No entanto - é ela - faltava
no dia de chuva
No meu dia de chuva?
Meu seria decerto este dia
pois por mais precário que eu seja
nenhuma chuva fora podia
cair se acaso em mim não caísse
Cai chuva e há música em meu coração
Era mera ilusão o dia de chuva

(Rui Belo)